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"Falta de tato de algumas figuras" atrapalha articulação, diz Joice

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP)  - Pedro Ladeira/FolhaPress/Reprodução
A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) Imagem: Pedro Ladeira/FolhaPress/Reprodução

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

22/05/2019 11h08Atualizada em 22/05/2019 11h41

A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou hoje que a "falta de tato de algumas figuras" atrapalha a articulação política dentro da Câmara e do Senado.

"A gente está vendo que a falta de tato de algumas figuras, que acham que no enfrentamento vão ganhar alguma coisa, mas está nos gerando prejuízo. Por exemplo, a gente está com uma pilha de Medidas Provisórias aí porque durante as últimas duas semanas essa troca de caneladas e a gente não conseguiu avançar. Algumas estão em risco", afirma a deputada, em referência a medidas do governo federal que aguardam análise do Congresso.

Entre as MPs que devem caducar está, segundo Joice a 866, que cria uma empresa pública de navegação. "O próprio governo deve pedir a revogação. Então, [esse é] o preço muitas vezes que se paga pela falta de tato de se lidar com pessoas dentro do Congresso Nacional", declarou.

Nas últimas semanas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem se estranhado com o líder do governo na Casa, Major Vitor Hugo (PSL-GO).

Ontem, Maia anunciou o rompimento de relações com o deputado. As rusgas estariam sendo causadas por acusações internas do líder sobre pedidos de cargos ou liberação de recursos por parte do Centrão, do qual fazem parte em torno de 170 deputados de PP, PSD, PRB, DEM e Solidariedade.

A relação de Maia com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) também piorou depois que o governante disse que o "grande problema é a classe política" no Brasil, entre outras críticas a parlamentares. Na sexta, por exemplo, Bolsonaro encaminhou texto no Whatsapp segundo a qual o país é "ingovernável" sem estar de acordo com "conchavos" que se recusa a participar.

O clima interno do PSL também não está dos melhores com divergências entre Major Vitor Hugo e Joice Hasselmann, e entre ela e a colega Carla Zambelli (PSL-SP). Há ainda quem apoie formalmente os atos a favor de Bolsonaro previstos para domingo (26) e quem acredite que o governo não deve ratificá-los de alguma maneira.

Ao falar com jornalistas após reunião no Planalto, Joice defendeu estar fazendo seu "trabalho todo e mais um pouco, que não é de minha responsabilidade".

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