Após silêncio de Palocci, CPI do BNDES quer acesso à delação sigilosa
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deve aprovar amanhã (30) um requerimento para pedir que a PGR (Procuradoria-Geral da República) compartilhe a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. O delator esteve em audiência na comissão hoje e não respondeu aos questionamentos dos deputados justificando que não pode compartilhar informações sigilosas do processo.
O requerimento será apresentado pelo deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) em sessão extraordinária e já há entendimento da maioria para aprovação.
Palocci tem três acordos de delação premiada, dois firmados juntos à PF (Polícia Federal) e um à Procuradoria. A defesa de Palocci conseguiu na Justiça decisões que mantivessem em sigilo a audiência. Apenas deputados foram autorizados a entrar. Os parlamentares que participaram tiveram os celulares confiscados para evitar qualquer registro de voz ou imagem do ex-ministro.
Para reforçar a privacidade de Palocci, as portas de vidro do plenário foram tampadas com papéis. Seguranças bloquearam a entrada de assessores e jornalistas.
Durante a audiência na CPI, Palocci disse que quer falar, mas teme ter prejudicado seu acordo de delação caso as informações vazem.
"O ex-ministro Palocci quer falar, mas essa vontade não pode prejudicar uma delação em andamento. O compromisso dele é voltar para falar", disse o presidente da CPI, Vanderlei Macris (PSDB-SP), ao UOL.
Palocci já foi deputado estadual pelo PT e ministro da Fazenda de Lula (2003-2006) e da Casa Civil de Dilma (2011).
Palocci ficou preso entre setembro de 2016 e novembro do ano passado, acusado pela Operação Lava Jato. Com o acordo de delação, Palocci passou ao regime de prisão domiciliar, em novembro.
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