Presidente do Coaf minimiza volta do órgão para Economia: Não faz diferença
A mudança do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da estrutura do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia não interfere no trabalho do órgão, afirma o presidente do conselho, Roberto Leonel de Oliveira Lima.
"Se vai para a Economia ou Justiça não faz diferença, o que importa é o apoio e fortalecimento do órgão que foi feito nesse início de governo, disse Lima, na manhã de hoje, durante palestra no Congresso dos Profissionais de PLD-TF do IPLD (Instituto dos Profissionais de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo).
"A importância de termos ido para a Justiça, ao menos provisoriamente, foi o apoio do ministro Sergio Moro ao fortalecimento do Coaf", afirma Lima. De acordo com ele, o número de funcionários do Coaf passou de 37 servidores no ano passado para 58 neste ano -- outros sete estão em treinamento.
"Nosso núcleo de ciência de dados, por exemplo, fundamental para as análises, passou de duas para oito pessoas. Essa estrutura vai ser mantida no Ministério da Economia e é isso que importa", diz Lima.
No início do ano, o presidente Jair Bolsonaro editou MP (Medida Provisória) reorganizando os ministérios da Esplanada, e nela transferiu o Coaf da Fazenda, que foi extinta e virou o superministério da Economia, para o Ministério da Justiça.
Na semana passada, a Câmara aprovou a MP com alterações -- entre elas, o retorno do Coaf para o Ministério da Economia. Vista como uma derrota para Moro, a mudança enfrentou a resistência de senadores governistas, que prometiam tentar desfazê-la durante a votação na Casa. Porem, Moro e Bolsonaro divulgaram carta pedindo para que a MP fosse aprovada com as alterações feitas pela Câmara, o que acabou ocorrendo. Caso não fosse aprovada, a MP corria o risco de caducar.
Durante a palestra, Lima diz também que já foi autorizado concurso público para mais 12 vagas no Coaf ainda este ano e que, assim, o número efetivo de servidores chegará a 70. Além dos funcionários, o órgão conta com um conselho formado por 11 conselheiros indicados pelo governo e o presidente.
"Desde 1998, quando o Coaf foi criado na estrutura do Ministério da Fazenda, nunca havia existido um apoio tão grande", diz o presidente da entidade, que não vê risco de interferência política no órgão. "O Coaf realiza um trabalho extremamente técnico, não há política lá dentro".
O Coaf foi responsável pelo relatório financeiro que expôs ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) movimentações financeiras atípicas que podem caracterizar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Um dos casos levantados pelo conselho originou a investigação sobre o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
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