Decreto das armas é derrotado na CCJ e pode ser votado ainda hoje no Senado
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou hoje os projetos que buscam derrubar o decreto das armas de Jair Bolsonaro (PSL). Logo em seguida, um requerimento de urgência também foi aprovado, e um acordo entre líderes e o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), deve levar a pauta para o plenário da Casa ainda hoje.
O resultado foi construído a partir de um acordo entre os parlamentares contrários à política armamentista, maioria na CCJ. A costura foi confirmada pelo líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Se for aprovada hoje pelo plenário do Senado, a matéria será remetida à Câmara dos Deputados, onde começará nova tramitação.
O decreto que muda as regras de uso de armas e munições, editado em maio pelo presidente da República, é questionado no Senado por meio de PDLs (projetos de decreto legislativo). Os autores dos projetos afirmam que a medida é inconstitucional e que o presidente não pode legislar por meio de um decreto.
Com o apoio dos correligionários de Bolsonaro, o relator dos PDLs, Marcos do Val (Cidadania-ES), encaminhou voto pela rejeição dos projetos. O texto, no entanto, foi derrotado por 15 votos a 9.
Urgência e apreciação no plenário ainda hoje
Ao fim da votação, a pedido de Randolfe, a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), colocou em votação um requerimento de urgência para os projetos, e a solicitação foi atendida pelo plenário. A urgência obriga a Casa a colocar a pauta em votação até a próxima terça-feira (18), mas Randolfe disse acreditar que o tema será analisado ainda hoje.
"O que foi acordado pela maioria dos líderes é levar o projeto de decreto legislativo [que sugere sustar o ato de Bolsonaro] ainda hoje ao plenário", afirmou o senador. "Nós conversamos com o presidente Davi na semana passada e ele aquiesceu sobre esse encaminhamento desde que tivesse acordo da ampla maioria dos líderes. (...) Parece-me que está mais do que latente."
Randolfe disse que espera repetir no plenário da Câmara o acordo construído na CCJ pró-derrubada do decreto armamentista. A costura parte de um grupo heterogêneo de blocos e partidos, unindo os rivais PT e PSDB, por exemplo, além dos parlamentares considerados independentes.
O líder já faz cálculos e diz estar confiante de que terá maioria simples, quórum necessário para derrubar a iniciativa de Bolsonaro.
Como votaram os senadores na CCJ
Votaram pela derrubada do decreto das armas os seguintes senadores:
- Alessandro Vieira (Cidadania-SE)
- Antonio Anastasia (PSDB-MG)
- Cid Gomes (PDT-CE)
- Eduardo Girão (Pode-CE)
- Esperidião Amin (PP-SC)
- Fabiano Contarato (Rede-ES)
- Humberto Costa (PT-PE)
- Otto Alencar (PSD-BA)
- Renan Calheiros (MDB-AL)
- Renilde Bulhões (Pros-AL)
- Rodrigo Cunha (PSDB-AL)
- Rodrigo Pacheco (DEM-MG)
- Rogério Carvalho (PT-SE)
- Rose de Freitas (Pode-ES)
- Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB)
Votaram pela manutenção do decreto os seguintes senadores:
- Angelo Coronel (PSD-BA)
- Arolde de Oliveira (PSL-RJ)
- Ciro Nogueira (PP-PI)
- Jorginho Mello (PL-SC)
- Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
- Marcos do Val (Cidadania-ES)
- Marcos Rogério (DEM-RO)
- Oriovisto Guimarães (Pode-PR)
- Selma Arruda (PSL-MT)
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