Quem é o general Ramos, que assume a Secretaria de Governo
Atual chefe do Comando Militar do Sudeste, com sede em São Paulo, o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira vai substituir o colega Carlos Alberto dos Santos Cruz na Secretaria de Governo. O general Santos Cruz foi demitido do cargo hoje pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Ramos é natural do Rio de Janeiro. Com longa carreira no Exército, entrou na corporação em 1973. Já foi chefe do Comando da 11ª Região Militar, em Brasília, e da 1ª Divisão de Exército, no Rio de Janeiro.
Foi responsável pelas ações de segurança da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Também atuou na missão das Nações Unidas no Haiti e foi vice-chefe do Estado-Maior do Exército.
Ramos já deu declarações polêmicas. A mais recente delas, em abril deste ano, foi a de que a ação de militares que dispararam 83 tiros contra um carro no Rio de Janeiro não configurava assassinato.
"Houve uma fatalidade. O pessoal tem colocado assassinato, não é", afirmou o general.
"Os soldados que estavam em missão na parte da manhã tinham sido emboscados. Quem, como eu, já esteve em uma situação dessa, de muita tensão, muito difícil... A gente, para julgar o que aconteceu, tem que esperar as investigações", disse. As declarações foram dadas a jornalistas que acompanhavam a cerimônia do Dia do Exército, no quartel-general em São Paulo.
O fuzilamento matou o músico Evaldo Rosa dos Santos e o catador de materiais recicláveis Luciano Macedo. Os militares alegaram que teriam confundido o carro do músico com o de criminosos que, minutos antes, havia praticado um assalto próximo ao local. Em maio, o STM (Superior Tribunal Militar) concedeu liberdade a nove militares envolvidos na ação.
Já em julho do ano passado, a 20 dias do início da campanha eleitoral, Ramos defendeu que a lei precisava ser cumprida "independentemente de quem está sendo atingido por ela".
A fala do general foi vista como um sinal de preocupação com a possibilidade de o STF (Supremo Tribunal Federal) reconsiderar a prisão após condenação em segunda instância.
À época, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso no âmbito da Operação Lava Jato, era o pré-candidato à Presidência. Uma eventual revisão da prisão após condenação em segunda instância beneficiaria o petista, que era o principal adversário de Bolsonaro na corrida pelo Planalto.
"Não podemos transigir com as leis vigentes, buscando atender a interesses pessoais ou até mesmo político-partidários", disse o general Ramos, ao participar de uma solenidade pelo aniversário do Comando Militar do Sudeste.
Redes sociais
O general usa seu perfil no Twitter para divulgar conteúdo ligado ao Exército. São comuns postagens com fotos e vídeos que mostram ações das tropas.
Há também registros de reuniões do general com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e com Carlos Roberto Massa, o Ratinho, dono de uma afiliada ao SBT no Paraná e pai do governador paranaense, Carlos Roberto Massa Júnior, o Ratinho Júnior (PSD).
Sua última postagem foi feita ontem, no dia 12 de junho, quando o general contou ter sido surpreendido por subordinados com uma homenagem surpresa pelo seu aniversário.
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