Surpresa, esperança, silêncio: militância segue decisão sobre Lula no STF
Da surpresa à frustração, o julgamento que poderia libertar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) hoje, adiado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para depois de agosto, gerou um carrossel de emoções entre os militantes instalados em Curitiba, nas imediações do prédio da Polícia Federal onde o ex-presidente cumpre pena pelo caso do tríplex do Guarujá.
Durante o dia, tambores chegaram a ser retirados dos depósitos e festejavam a possibilidade dos apoiadores assistirem à saída de Lula da carceragem. Ao fim da noite, com a decisão do STF de postergar o julgamento e manter Lula preso até lá, o silêncio tomou conta do ambiente.
Caravanas dão meia-volta
Há duas semanas, quando o STF agendou para hoje o julgamento de um recurso de Lula, caravanas começaram a ser organizadas: cinco ônibus foram fretados para trazer integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) à capital paranaense, e outros três para compor uma caravana vinda Brasília.
Mas ontem, após a Corte retirar da agenda esse julgamento (que voltou a ser inserido hoje), os ônibus de Brasília desistiram de partir. E alguns membros do MST que já tinham chegado a Curitiba voltaram para casa. A desesperança tomou a Vigília Lula Livre.
Surpresa
Sem o julgamento na agenda do STF, a terça-feira começou como um dia qualquer na vigília. Apoiadores cumprimentaram o ex-presidente com o tradicional grito de "bom dia".
Logo após do "boa tarde", a notícia de que o STF julgaria o recurso de Lula surpreendeu: em rodas de conversa, todos olhavam os celulares em busca de mais informações.
Pouco a pouco, a animação contagiou a todos presentes e mais militantes foram convocados para acompanhar o julgamento.
Por um momento, mais de cem pessoas estiveram reunidas, e a tenda da vigília se tornou pequena. Os militantes se espalharam pelo entorno da sede da PF em Curitiba.
Silêncio
Como o julgamento não foi transmitido via TV, um locutor improvisado lia as notícias sobre o julgamento para os demais presentes.
Por um momento, o placar no STF chegou a marcar 2 a 1 a favor da soltura -ainda que provisória-- do ex-presidente. Mas Celso de Mello e Cármen Lúcia votaram contra, e a liberdade de Lula foi negada.
O locutor anunciou a decisão, e grande parte dos militantes, que até então cantava, rapidamente deixou o espaço. Os que permaneceram acenderam velas ou gritaram palavras de ordem.
Ainda houve os que seguiram no local até dar a hora de gritar "boa noite" ao ex-presidente, que reuniram-se novamente para gritar "boa noite" ao ex-presidente, que cumpre 8 anos, 10 meses e 20 dias de prisão. Vários choraram.
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