Bolsonaro se nega a falar com Inpe e diz que ambiente é uma "psicose"
Após ser criticado pelo diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Magnus Osório Galvão, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não tratará do assunto. Segundo ele, os ministros da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, devem cuidar do tema. Galvão disse que queria falar diretamente com Bolsonaro.
"Eu não vou falar com ele. Quem vai falar com ele vai ser o Marcos Pontes e talvez também o Ricardo Salles. O que nós não queremos é uma propaganda negativa do Brasil. A gente não quer fugir da verdade, mas aqueles dados pareceram muito com os do ano passado, e deu um salto. Então eu fiquei preocupado com aqueles números, obviamente, e fiquei achando que eles poderiam não estar condizentes com a verdade."
Segundo Bolsonaro, há uma "psicose ambiental" no mundo e a divulgação de dados sobre o tema deve ser cuidadosa porque pode atrapalhar acordos internacionais.
Bolsonaro duvidou dos dados de desmatamento da Amazônia divulgados pelo instituto e disse que o diretor do órgão poderia estar a serviço de uma organização não-governamental. O diretor do Inpe respondeu que Bolsonaro foi "pusilânime" e estaria forçando um pedido de demissão. "Ele tomou uma atitude pusilânime, covarde, de fazer uma declaração em público talvez esperando que peça demissão, mas eu não vou fazer isso. Eu espero que ele me chame a Brasília para eu explicar o dado e que ele tenha coragem de repetir, olhando frente a frente, nos meus olhos."
Brasil não pode fazer propaganda negativa, diz Bolsonaro
"Olha, o que acontece aí fora, não é o meu nome que está mal na foto, é o do Brasil. O Brasil não pode fazer propaganda contra ele mesmo. A questão ambiental aí fora é uma verdadeira psicose ambiental. Se houver desmatamento, divulga-se", declarou.
Entretanto, o presidente disse que, antes de qualquer divulgação, os dados devem ser repassados ao ministro da área para que ele se prepare para eventuais críticas.
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