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Bolsonaro diz que "apanhou" com Amazônia, mas despertou "nacionalidade"

Bolsonaro durante evento de celebração no Palácio do Planalto no último dia 12 - Reprodução/TV Brasil
Bolsonaro durante evento de celebração no Palácio do Planalto no último dia 12 Imagem: Reprodução/TV Brasil

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

31/08/2019 12h49

Um dia depois de liberar queimadas fora da Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje que "apanhou muito" na semana passada por causa do fogo na floresta. No entanto, disse estar feliz porque conseguiu "despertar" um sentimento de "nacionalidade" e "soberania na população".

"Apanhei muito a semana passada, mas conseguimos despertar, no coração do povo brasileiro, o seu sentimento de nacionalidade, de soberania e, mais do que tudo, a nossa Amazônia, tão esquecida ao longo de tanto tempo", disse o presidente, depois de cavalgar com sua filha, Laura, num evento no 1º Regimento de Polícia Montada da Polícia Militar do Distrito Federal, no Riacho Fundo, em Brasília.

O governo do PSL tem sido criticado dentro e fora do país pela forma como administra a questão ambiental e a Amazônia. Desde que Bolsonaro assumiu, uma lista de decisões e declarações fragilizaram o controle ambiental, como o desmatamento e as queimadas. Edição extra do Diário Oficial da União mostra que o governo liberou queimadas na fora da Amazônia.

Segundo o presidente disse hoje, a Amazônia possui "potencial desconhecido" e vai deixar de ser um problema para o Brasil. "Fico muito feliz porque essa é a área que será a solução para o mundo, e deixará de ser problemas para nós. Nosso potencial ainda em parte continua desconhecido." Bolsonaro continuou: "Mas, com verdade, nós chegaremos lá".

O presidente ainda avaliou que o país precisava de representantes com "a bandeira verde e amarela na alma". "O que faltava para nós aqui no Brasil era uma representação de pessoas que tivessem não apenas Deus no coração, mas a bandeira verde e amarela na sua alma", declarou Bolsonaro, diante do público no evento.

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Presidente deu duas voltas a cavalo com filha

Logo após as 10h, o presidente chegou a uma cerimônia de uma escola de equitação da Polícia Militar, que tem 170 alunos. No local, ainda são atendidas 130 pessoas que fazem equoterapia e há um grupo de 78 escoteiros. Ele tirou fotos com crianças e adolescentes, que lhe deram presentes e lembranças. Bolsonaro ganhou a Ordem do Cavaleiro Rabelo das mãos do comandante-geral da PM, Julian Rocha Pontes.

O presidente deu duas voltas a cavalo ao lado da filha na pista de competição do local. Eles montavam os cavalos Capachão e Cascavel. Os dois eram acompanhados pela aluna de equoterapia Bruna Saraiva. Na segunda volta, ele estava animado e fazia "Ô, ô", enquanto era seguido pelas duas garotas.

"Fiquei muito feliz nessa rápida cavalgada aqui, apesar dos 64 anos, porque a idade vai chegando", disse. "Tínhamos vontade de dar mais uma montada. Mas resolvi não montar. Mas foi muito bom esse momento, em que me senti com a alma de criança."

Segurança contava com pelo menos sete veículos

O esquema de segurança de Bolsonaro contava com pelo menos sete carros oficiais. O evento não estava registrado na agenda presidencial. Segundo a Polícia Militar informou ao UOL, a cerimônia era aberta ao público, mas a Presidência solicitou que a reportagem não a acompanhasse junto com os demais presentes.

Ainda segundo a PM, foi a pedido da segurança do Planalto que um policial militar ficou ao lado da reportagem do UOL durante o evento para assegurar que não fossem feitas fotografias ou filmagens. Apesar disso, o público e fotógrafos registravam imagens do evento sem proibições.

Bolsonaro saiu do local às 11h30 sem falar com a imprensa. No domingo pela manhã, ele deve embarcar para São Paulo. Vai visitar o Templo de Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus.