"A facada não me elegeu. Eu já estava eleito", diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que a facada que sofreu em 6 de setembro de 2018 não foi decisiva para a sua vitória na disputa eleitoral. Ele foi esfaqueado durante um evento da campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG). Autor da facada, Adélio Bispo de Oliveira está preso e foi declarado inimputável, incapaz de compreender o ato que cometeu e que por isso não pode responder pelo crime.
Após a facada, Bolsonaro não participou mais de debates com os outros candidatos à Presidência. Ele já liderava as pesquisas feitas por Ibope e Datafolha antes do crime. Bolsonaro alega que o atentado que sofreu não foi decisivo para o seu triunfo. "Aquela facada não me elegeu, não. Eu já estava eleito. Eles tentaram botar um fim em uma candidatura", afirmou em entrevista à youtuber Antonia Fontenelle, divulgada ontem.
O presidente voltou a repetir as críticas sobre o que considera uma demora na apuração do ataque que sofreu. "Eu espero há muito tempo que a PF chegue ao final da linha. Entre o meu caso e da Marielle Franco (vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março em 2018), que a imprensa tanto reverbera, o meu é muito mais fácil de se desvendar. Agora, não se dá atenção para o meu caso", avaliou.
Bolsonaro decidiu não recorrer da sentença que declarou Adélio inimputável. Em nota divulgada em julho deste ano, a 3ª Vara Federal da Justiça Federal explicou que a defesa do presidente não recorreu no prazo legal, assim como a defesa de Adélio. Portanto, o caso foi considerado transitado em julgado, esgotando todos os recursos.
"Os advogados do sr. presidente preferiram adotar nova estratégia jurídica, em razão da persecução penal evidenciar que o condenado se apresentou como instrumento, ou parte de uma engrenagem, para a prática do grave crime", explicou o escritório Moraes Pitombo, que atuou na defesa de Bolsonaro. Um mês antes, o presidente havia declarado que recorreria da sentença.
Demarcação de terras indígenas
Na mesma entrevista concedida à youtuber, Bolsonaro voltou a criticar os defensores das demarcações de terras indígenas no Brasil. "Essas áreas fazem com que o Brasil cada vez mais se torne não saudável para o agronegócio. (...) O Brasil está chegando a um ponto quase de ingovernabilidade no tocante das reservas. Tem local que você pode produzir muita coisa, mas se torna inviável", disse.
Ele afirmou que sua indicação para a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem de estar alinhada com esse pensamento. "Eu não posso indicar um PGR que não esteja alinhado com o destino do Brasil. Por exemplo, um PGR que seja xiita na parte ambiental. Ele trava nosso ministro da infraestrutura. O Tarcísio [Gomes de Freitas] não vai mais poder fazer uma ferrovia, rasgar uma estrada, duplicar outra. Vai ter dificuldades seríssimas. O homem do campo também vai ter problemas. A questão das minorias é outra. Cada vez mais, querem ter terras para índios no Brasil", afirmou.
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