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"Posição do Macron foi muito boa para nós", diz Bolsonaro sobre Amazônia

Presidente da República, Jair Bolsonaro, fala à imprensa no Palácio da Alvorada, em Brasília - 02.set.2019 - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Presidente da República, Jair Bolsonaro, fala à imprensa no Palácio da Alvorada, em Brasília Imagem: 02.set.2019 - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

02/09/2019 22h35

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje que as posições encampadas pelo líder francês, Emmanuel Macron, foram positivas para o governo brasileiro. "Eu achei até que a posição do Macron foi muito boa para nós. Quando ele, tentando reverter um quadro bastante ruim para ele no tocante à popularidade, ele quis se arvorar ao se aproximar um encontro do G7 como a pessoa preocupada com a biodiversidade (...) e recalcar o Brasil em uma situação de colônia", disse o presidente.

As declarações vieram à tona na noite de hoje, em uma entrevista concedida à atriz Antonia Fontenelle. Segundo o presidente, outros líderes do Executivo brasileiro viajavam aos encontros do G7 e voltavam com um "pacote" de medidas. As imposições, de acordo com Bolsonaro, passavam pelas demarcações de terras indígenas e quilombolas, além da criação de parques nacionais.

"Elas fazem cada vez mais que o Brasil se torne não saudável para o agronegócio", afirmou Bolsonaro, sem citar dados ou referências. Apesar da conversa "cordial" que teve com a chanceler alemã Angela Merkel, Bolsonaro voltou atacar o país europeu por conta dos aportes no Fundo Amazônia. "Alemanha está comprando o brasil pelo fundo amazônico [sic]."

Frota e PSL

Já em relação ao deputado federal Alexandre Frota (PSDB), expulso do PSL por conta de suas críticas ao governo, Bolsonaro afirmou, em um primeiro momento, que não queria se pronunciar. Pouco depois, disse: "Frota é igual ex-mulher. Que seja feliz. Ele se elegeu no PSL, vai ser feliz."

Questionado sobre como está sua relação com a legenda, o presidente afirmou que está tentando adquirir mais influência no partido.

"Estou acertando com o partido, ver se eu consigo ter a maioria das ações. (...) Quero me empenhar para ter algumas prefeituras. Quem vai escolher? Democraticamente vai ser eu. A palavra final vai ser nossa.", disse Bolsonaro.

Relação com Moro

O presidente comentou ainda o episódio da escolha do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, que teria gerado um desgaste com o ministro da Justiça, Sergio Moro.

Bolsonaro tinha dado declarações de que preferiria para o posto no Rio o atual superintendente da PF no estado do Amazonas, Alexandre Silva Saraiva. Mas esse não era o escolhido pelo diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, que preferia o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, atual superintendente regional em Pernambuco. Valeixo foi indicado para chefiar a PF por Moro e é considerado da confiança do ministro, com quem atuou na Operação Lava Jato. O diretor-geral da PF chegou a ameaçar entregar o cargo caso prevalecesse a indicação de Bolsonaro para a PF no Rio. Após as rusgas públicas, o presidente deu sinais de ter recuado e a PF manteve internamente a escolha pelo preferido por Valeixo.

"11 superintendentes foram trocados esse ano da PF. Zero problemas. Estava prevista a saída do superintendente do Rio de Janeiro. Eu sugeri um nome e ele (Moro) outro nome. Eu poderia impor, não quero impor. No final, eu disse: 'pode colocar o que o diretor geral Valeixo quer, sem problema nenhum'. Nesse interim, acabou vazando que eu estava interferindo na PF...Quando muda o governo não pode mudar diretor geral, o superintendente? Problema existem em todas as áreas e você quer melhorá-los...Imprensa sempre tenta encontrar uma forma de me atacar. Só não me atacam com corrupção, desmandes, falta de iniciativa. Até porque todos ministros têm iniciativa e são competentes".

No final da explanação, Bolsonaro fez uma brincadeira para falar sobre como está relação com Moro atualmente. "Estamos quase indo morar juntos".