Snowden defende vazamentos da Lava Jato em nome do interesse público
Edward Snowden, o ex-analista da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) que vazou milhares de papéis secretos sobre o programa de vigilância em massa do governo para a imprensa, defendeu a divulgação de diálogos entre juízes e procuradores feita pelo site The Intercept Brasil. O jornalista Glenn Greenwald, fundador do site, foi quem ajudou a dar publicidade aos documentos de Snowden.
Em entrevista à revista Veja, Snowden, que vive hoje na Rússia, falou que toda publicação de conversa privada gera desconforto, mas, para ele, autoridades públicas devem estar sujeitos a desconfortos desse tipo.
"São eles que decidem quem vai para a cadeia, quem é libertado, quem vive, quem morre, como será nosso futuro. Não importa de onde a informação veio. Se ela é de interesse público e verdadeira, que seja divulgada", disse à revista.
Sobre o tema, Snowden falou que viveu um dilema antes de decidir vazar os documentos nos Estados Unidos porque havia feito um juramento quando ingressou no serviço secreto. "Ao entrar na NSA, jurei apoiar e defender não o governo, nem a agência, mas a Constituição americana contra qualquer inimigo (...) Está escrito lá: a privacidade é um direito do cidadão", argumentou.
Snowden negou ter colaborado com o governo russo. Questionado sobre sua relação com o governo Putin, ele disse que os russos estão desconfortáveis com sua presença no país. "Sempre que posso critico as políticas locais de direitos humanos e de vigilância em palestras e na internet", falou.
Ele publicará suas memórias no livro "Permanent Record" (Eterna Vigilância, em português) que estará à venda a partir de 17 de setembro.
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