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Procurador esfaqueia juíza dentro de tribunal em São Paulo e é preso

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

03/10/2019 21h44Atualizada em 03/10/2019 22h12

O procurador da Fazenda Nacional Matheus Carneiro Assunção foi preso hoje após tentar matar uma juíza no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo, informou o site Consultor Jurídico.

Segundo o site, ele invadiu o gabinete da juíza Louise Filgueiras, que atualmente está substituindo o desembargador Paulo Fontes, em férias, e chegou a acertar uma facada no pescoço dela. O ferimento foi leve.

O Conjur informa que o procurador já se mostrou alterado assim que chegou ao tribunal. Após despachar com a desembargadora Cecilia Marcondes, Assunção foi ao gabinete do desembargador Fábio Prieto, no 22º andar, que não estava lá. O procurador, então, desceu as escadas e invadiu a sala de Paulo Fontes.

Louise foi surpreendida pela invasão, mas conseguiu se afastar do ataque. O site aponta também que Assunção tentou jogar uma jarra de vidro na magistrada, mas errou, e o barulho chamou a atenção dos assessores que estavam próximo ao local.

O procurador foi imobilizado dentro do gabinete e preso em flagrante. Testemunhas disseram ao Conjur que Assunção parecia surtado e intercalava frases sem sentido sobre "acabar a corrupção no Brasil". Assunção afirmou, segundo relato de quem o viu no tribunal, que deveria ter entrado armado no tribunal, "para fazer o que Janot deixou de fazer". Foi uma referência à confissão recente do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, de que entrara armado certa vez no STF (Supremo Tribunal Federal) para matar o ministro Gilmar Mendes.

"Não bastasse a notícia recentemente divulgada de que um Procurador da República pensou em atentar contra a vida de um ministro do STF, agora temos uma infeliz ocorrência no TRF de São Paulo", lamentou Jayme de Oliveira, presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) ao site.

"Para além de lamentar o ocorrido e se solidarizar com a vítima e todos os colegas do tribunal, urge mais uma vez repensar os níveis de segurança das cortes e dos fóruns, em todo o país".

Marcos da Costa, ex-presidente da OAB-SP, declarou que "não podemos admitir que se estabeleça um clima de ódio dentro do ambiente que deveria ser marcado pelo respeito entre aqueles que estão a dedicar suas vidas em prol da justiça".