Tabata 'sincerona' e choque com saída do PDT: os bastidores do Roda Viva
Resumo da notícia
- Bastidores tiveram luta dos jornalistas para descobrir o futuro partido da deputada
- Mas Tabata relutou em dar nomes e manteve o tom de mistério
- Ela se colocou como uma voz moderada entre dois extremos na política
- Ao afirmar que sempre diz o que pensa, disse que já foi criticada por ser "sincera demais"
Feito ao vivo durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, o anúncio da deputada federal Tabata Amaral de que irá entrar na Justiça para deixar o PDT sem perder seu mandato pegou de surpresa até mesmo os jornalistas que a entrevistavam nos estúdios da TV Cultura.
Nos bastidores, os repórteres logo trataram de tentar extrair da deputada alguma pista sobre o partido para o qual ela iria. "Houve convite para conversa, mas eu fui em zero", e "o que eu quero é espaço, não vou criar um partido" foram algumas das respostas de Tabata, que relutou em dar nomes.
Os poucos minutos de intervalo entre o segundo e o terceiro bloco do programa —logo após a declaração da deputada de que, para ela, "não há espaço mais para o PDT"— pareceram ficar ainda menores em meio à série de perguntas.
Perguntada sobre uma eventual negociação com o PSDB, partido do governador de São Paulo, João Doria, Tabata deu a única negativa mais forte. Em julho, Doria defendeu a filiação da deputada ao partido e disse ter trocado mensagens com ela, o que Tabata negou: "foi uma mensagem só por WhatsApp", disse, em tom de indiferença.
Um repórter até brincou: "é o PT, Partido da Tabata, né?". Mas a parlamentar manteve o clima de mistério: apenas balançou a cabeça negativamente quando perguntada se pretende ir para um "desses partidos grandes que a gente conhece".
O tom foi mantido por Tabata em conversa com o UOL no fim do programa. "O que vai me guiar é a minha visão de mundo. Não faz sentido eu estar em um partido de extrema-esquerda ou extrema direita. Eu tenho uma visão progressista, que se preocupa com o social, mesmo sendo fiscalmente responsável", disse.
Tabata 'sincerona' e defensora do debate
Tabata, que chegou ao estúdio dizendo estar um pouco nervosa e ansiosa com a entrevista, logo abriu um sorriso largo ao ver uma imagem de arquivo sua dentro de uma escola na abertura do programa.
Ao longo da entrevista, ela nem sequer fez questão de esconder que preferia responder perguntas relacionadas à educação. Mas, apesar de demonstrar incômodo, a deputada falou de temas polêmicos com desenvoltura —como, por exemplo, o fato de ela não ver contradição entre se posicionar como feminista e ser contra a descriminalização do aborto.
Em um momento, durante um intervalo, confidenciou que um amigo já a criticou por ser "sincera demais", o que, segundo ele, a impediria de "alçar voos maiores na política".
"Eu não nasci para a política, não", declarou a deputada. "Imagina se tivesse nascido", disparou em seguida a jornalista Daniela Lima, editora do Painel da Folha de S. Paulo e apresentadora do Roda Viva.
Nos bastidores, temas como o aborto e o uso da palavra "empreendedora" para se referir à Irmã Dulce levaram a declarações mais pessoais e incisivas. "O Brasil está muito intolerante", disse a deputada em meio a uma afirmação de que qualquer declaração sobre um tema polêmico como o aborto estaria "voando" nas redes sociais.
"Quem são as pessoas para dizer quem eu sou?", questionou Tabata em outro momento. No fim de semana, após usar o termo conhecido do mundo dos negócios para falar da recém canonizada Santa Dulce dos Pobres, Tabata virou alvo de críticas na internet. A deputada, que diz ser católica, contou ter recebido mensagens de pessoas questionando a sua fé.
Até houve um pedido de Tabata para que os jornalistas se dedicassem a temas "mais importantes" após terem sido feitas perguntas sobre a contratação do então namorado para trabalhar em sua campanha no ano passado. Mas, tanto ao vivo quanto nos bastidores, a deputada não deixava para trás as oportunidades de se colocar como uma voz moderada, a favor do debate entre a extrema direita e a extrema esquerda.
Ao UOL, quando perguntada se pretende convocar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para que preste novamente esclarecimentos ao Congresso sobre as ações que vem tomando à frente do MEC (Ministério da Educação), disse que mais uma audiência serviria apenas para "polemizar e agredir as pessoas verbalmente".
"[Não acho que] vá avançar a educação pública brasileira. Minha iniciativa não vai ser", declarou.
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