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Presidente da OAB: Eduardo Bolsonaro flerta com fascismo ao sugerir AI-5

"Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar ter uma resposta, e uma resposta pode ser via um novo AI-5", disse Eduardo Bolsonaro - Pedro Ladeira/Folhapress
'Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar ter uma resposta, e uma resposta pode ser via um novo AI-5', disse Eduardo Bolsonaro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

31/10/2019 13h52Atualizada em 31/10/2019 16h19

Para o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), "flerta" com exemplos fascistas ao defender a possibilidade de um novo AI-5 como forma de reação do governo a uma eventual radicalização da esquerda.

Felipe Santa Cruz classificou a afirmação do deputado como "gravíssima" e disse que a proposta afronta a Constituição Federal.

"É gravíssima a manifestação do deputado, que é líder do partido do presidente da República. É uma afronta à Constituição, ao Estado democrático de direito e um flerte inaceitável com exemplos fascistas e com um passado de arbítrio, censura à imprensa, tortura e falta de liberdade", disse o presidente da OAB.

Em entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle no YouTube, Eduardo Bolsonaro disse que é preciso ter uma "resposta" caso a esquerda radicalize como no fim dos anos 60 no Brasil.

"Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar ter uma resposta, e uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada", disse o filho do presidente.

O Ato Institucional nº 5 (AI-5), marcou o início do período mais duro da ditadura militar brasileira. O ato foi editado em 13 de dezembro de 1968, no governo do marechal Costa e Silva, e levou ao recrudescimento da repressão, com mortes e desaparecimentos de militantes da esquerda armada.

A declaração de Eduardo Bolsonaro foi dada após o deputado ser questionado sobre a situação dos países vizinhos ao Brasil, como Chile, que enfrenta uma onda de protestos, e Argentina, que elegeu Alberto Fernández como presidente. O deputado sugere que as manifestações são financiadas por Cuba e Venezuela.

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