PB: Onze vereadores são presos suspeitos de usar verba pública para turismo
Onze vereadores da cidade de Santa Rita, na região metropolitana de João Pessoa, foram presos na madrugada de hoje quando retornavam de uma viagem a Gramado (RS). O presidente da Câmara de Santa Rita, Anésio Miranda Filho, está entre os presos, assim como um contador da Câmara de Santa Rita, que também estava no grupo.
A operação Natal Luz foi realizada pela Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB). Segundo a investigação, o grupo teria gastado aproximadamente R$ 69 mil apenas em diárias e o pagamento foi feito com verba pública.
De acordo com o delegado Allan Murilo Terruel, que coordenou as prisões, os vereadores e o contador viajaram a Gramado com a justificativa de que iriam participar de um congresso, organizado por uma empresa de Sergipe. O MPPB e as polícias da Paraíba, de Sergipe e do Rio Grande do Sul monitoraram os passos do grupo.
A suspeita do uso indevido do dinheiro público, segundo Terruel, foi se confirmando ao longo dos dias. Os vereadores participariam do 5º Seminário Regional de Agentes Públicos (Desenvolvimento sustentável), entre 31 de outubro e 4 de novembro. O evento, conforme o panfleto, seria realizado no Laje de Pedra Hotel Resort.
Contudo, as investigações apontaram que nenhum evento aconteceu neste local. Com o monitoramento de outros hotéis, os investigadores descobriram que o grupo estava hospedado em outro local. De acordo com a polícia, o evento foi uma tentativa de mascarar a viagem de turismo. A inscrição de cada participante no suposto evento teria sido de R$ 700, segundo a polícia.
Os vereadores e o contador estão presos na Central de Flagrante em João Pessoa e devem passar por audiência de custódia ainda hoje. O Gaeco e a Polícia Civil também investigam outras viagens realizadas pelos vereadores em anos anteriores, sempre com a justificativa de seminários ou congressos.
Em entrevista à imprensa local, o presidente da Câmara, Anésio Miranda Filho, disse que a defesa de todos os vereadores será feita no momento adequado, e questionou a forma como as prisões foram feitas.
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