STF autoriza operação; senadores Renan e Braga são intimados a depor
A PF (Polícia Federal) informou hoje que cumpre mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal). As medidas têm ligação com um inquérito envolvendo caciques do MDB, entre os quais os senadores Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM).
A PF não informou os nomes dos alvos da operação de hoje, mas as assessorias de Renan e Braga confirmaram que ambos foram intimados para prestar depoimento. Os dois, porém, negam que tenham sido alvos de busca e apreensão.
O inquérito que tramita no STF investiga se os políticos estariam envolvidos em um esquema de pagamento de R$ 43 milhões em propinas pelo grupo J&F, controlador do frigorífico JBS, na eleição de 2014 para membros do MDB.
Além de Braga e Calheiros, também são acusados no inquérito os senadores Jader Barbalho (PA) e Dário Berger (SC), o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Vital do Rêgo, os ex-senadores Eunício Oliveira (CE), Valdir Raupp (RO), o governador do Pará, Helder Barbalho, e o ex-ministro da Fazenda de governos petistas Guido Mantega.
Segundo o jornal "O Globo", os mandados de busca e apreensão de hoje ocorrem em endereços de empresários e supostos laranjas ligados aos políticos do MDB.
Em nota, a assessoria de Calheiros disse que, por volta das 7h30, o parlamentar recebeu um delegado da PF para entregar a intimação de depoimento. Ele se disse à disposição e que é o maior interessado no esclarecimento dos fatos.
Advogado de Calheiros, Luis Henrique Machado disse que o "senador não foi alvo de operação". "Não há busca e apreensão, como também não há qualquer determinação a ser cumprida nas dependências do Congresso. Entregaram uma simples intimação para prestar esclarecimentos. Nada mais que isso".
Os advogados de Braga também disseram que o senador foi intimado a depor. Assim como o de Calheiros, eles negam que o parlamentar tenha sido alvo de mandados de busca e apreensão.
Braga foi intimado a depor hoje às 10h, mas não compareceu. Ele apresentou um certificado do Senado informando que no mesmo horário tinha compromisso na Comissão de Assuntos Econômicos.
Ministro do TCU, Rêgo também foi intimado. Em nota, o TCU disse que houve "uma solicitação para depoimento, o que não configura nenhuma medida extravagante ou derivada do que alguns setores costumam chamar de 'operação', apenas para impressionar a opinião pública". "O ministro é o maior interessado em esclarecer os fatos e, portanto, atenderá a solicitação do depoimento, colaborando com a justiça, como sempre tem feito."
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