"Somos os pobres da história", diz Bolsonaro, sobre disputa com Trump
Resumo da notícia
- Bolsonaro comentou a decisão de Trump de taxar metais brasileiros e disse que o Brasil "é o pobre" dessa história
- Para o presidente, o assunto ainda não teve o "martelo batido pelos EUA" e não é tratado por ele como oficial
- "A gente tá com chumbinho, eles estão com ponto 50. Acho um certo exagero no que está acontecendo", afirmou
- Bolsonaro disse que não está decepcionado com Trump, a quem evitou chamar de amigo
- "Não é porque um amigo falou grosso numa situação que vou dar as costas para ele", contemporizou
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou sobre a disputa com Donald Trump e os Estados Unidos, que prometem retomar as tarifas sobre metais brasileiros como aço e alumínio. Na saída do Palácio da Alvorada, hoje, para seus compromissos, ele atendeu à imprensa, afirmou que o assunto ainda não é oficial, por ter sido citado apenas em tuíte do líder norte-americano, e que o país se posiciona no tema como "os pobres da história".
Questionado se ligou para Trump, Bolsonaro nem confirmou, nem negou. "Vou dar uma dica para você. Se eu já liguei ou não, você não vai ficar sabendo. Tem certas questões que são de Estado. Já temos todas as informações do que aconteceu".
No início da semana, ele disse que poderia ligar para o presidente norte-americano e que tem quase certeza de que Trump atenderá aos seus pedidos em relação ao tema.
"Estou conversando. Pode ver, nós importamos etanol deles. Eles querem, já está bastante avançado, mandar trigo para gente. Agora, nós somos os pobres da história. Não sei quantas vezes a economia deles é maior que a nossa. A gente tá com chumbinho, eles estão com ponto 50. Acho um certo exagero no que está acontecendo. Por enquanto não foi sobretaxado nada, só tem a promessa dele no Twitter", afirmou Bolsonaro, usando uma metáfora com armas.
Sobre a acusação de que o Brasil desvalorizou sua moeda, afirmou que "não é um exagero. O mundo ta globalizado, a própria briga comercial [entre] Brasil e China influencia o preço do dólar aqui. Várias vezes o Roberto Campos interferiu vendendo dólares. Nós não queremos aqui aumentar artificialmente... Nós não estamos aumentando artificialmente o preço do dólar."
"Eu acredito no Trump. Não tenho nenhuma idolatria por ninguém. Temos uma amizade... Não vou falar amizade - não visito a casa dele nem ele a minha. Temos um contato bastante cordial. Não tenho decepção, porque não bateu o martelo ainda. Não é porque um amigo falou grosso numa situação que vou dar as costas para ele", concluiu.
2022: Moro para vice?
O presidente também negou que pense agora em incluir Sergio Moro como vice em uma chapa para disputar as eleições de 2022.
E acrescentou, elogiando o ministro: "O Moro, o que eu vejo dele. Ele vinha de uma linha. Eu vim de uma linha militar. Ele tinha uma linha dele. Quando você vai para a política, é muito comum dizer que vai fazer isso e aquilo e não é bem assim. O Moro e os outros ministros, todo mundo aprende na vida. Tem que conversar com o parlamento? Tem que conversar. Ele tá indo bem pra caramba."
"As coisas têm que se conseguir dessa maneira, pelo convencimento. Ele tá indo bem. O Moro tá ficando quase um político", riu.
Um repórter perguntou: "Está se habilitando a vice?". Bolsonaro respondeu: "Não, não, não... Quem sabe. Por enquanto estou casado com o Mourão. Sem amante."
Privatizar Banco do Brasil?
Bolsonaro negou notícias na imprensa de que há intenção de privatização do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal.
"Da minha parte não existe qualquer intenção de privatizar Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal. Zero", disse ele.
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