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Brigas e disputas internas rebaixam PSL de maior a terceira bancada

11.nov.2018 - Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro, que ficaram em lados opostos no racha do PSL  - Reprodução/Twitter Joice Hasselmann
11.nov.2018 - Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro, que ficaram em lados opostos no racha do PSL Imagem: Reprodução/Twitter Joice Hasselmann

Guilherme Mazieiro*

Do UOL, em Brasília

11/12/2019 14h08Atualizada em 11/12/2019 19h29

Resumo da notícia

  • Partido havia crescido de um para 54 deputados na onda Bolsonaro
  • Com 14 parlamentares suspensos e um expulso, bancada cai para 39
  • De maior da Câmara, PSL agora fica atrás de PT e PL e empatado com o PP

Na onda Jair Bolsonaro (sem partido), o PSL saltou de um deputado, em fevereiro de 2015, para 54, em fevereiro de 2019, e tornou-se a maior bancada da Câmara. Mas, também ao estilo Bolsonaro, as trocas de ofensas públicas pela disputa de poder ao longo do ano reduziram a representação da sigla para 39 quadros, a terceira da Casa, atrás de PT (53) e PL (40) e empatado com PP (39).

A nova configuração se deu após a decisão protocolar de ontem (10) do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que homologou o desligamento de 14 deputados de atividades parlamentares.

A bancada já havia sofrido uma baixa e perdido a maioria da Casa quando Alexandre Frota (PSDB-SP) foi expulso, em agosto. Além das dificuldades de articulação da sigla, há outras implicações. Uma delas é a diminuição de três para dois o número de destaques que podem ser apresentados em plenário —tentativas de mudar o texto em votação.

Outro ponto é a perda de um minuto no tempo de liderança para falar (reduz de 7 minutos para 6 minutos). A bancada volta a crescer conforme as punições terminarem. As suspensões dos 14 atingidos pela decisão do partido variam de 3 meses a 12 meses.

Lavando a roupa suja

No pano de fundo da discussão interna estava o controle da sigla e do fundo partidário (verba pública para manter a estrutura partidária ao longo do ano), projetado para cerca de R$ 110 milhões, em 2020.

O racha público no partido se estende desde outubro, quando Bolsonaro disse a um apoiador que o presidente do PSL, Luciano Bivar (PSL-PE), estava "queimado" e para esquecê-lo. Desde então, os 53 parlamentares se dividiram em dois grupos, um pró-Bivar e outro pró-Bolsonaro.

São esses 14 parlamentares bolsonaristas que, por decisão do PSL, foram punidos pela direção partidária. O próprio presidente abandonou a sigla e busca criar uma legenda própria, o Aliança Pelo Brasil. A suspensão não impede que deputados votem ou participem das discussões de projetos.

* Com Estadão Conteúdo

Errata: este conteúdo foi atualizado
A primeira versão desta reportagem informou equivocadamente o tempo permitido de discurso da liderança do PSL, com a suspensão de deputados do partido. O correto é que passa de 7 minutos para 6 minutos. O texto foi corrigido.