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Baixo Clero

A jornalista Carla Bigatto conduz com analistas um papo sobre temas que dominam a pauta política.


Baixo Clero#24: Conservadorismo ou atraso: como vai a cultura sob Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo e Brasília

13/12/2019 04h00

Uma das áreas mais ruidosas do governo do presidente Jair Bolsonaro é a cultural. Recentes nomeações causaram alvoroço no meio, como o maestro Dante Mantovani para a presidência da Funarte (Fundação Nacional de Artes), Rafael Nogueira para a Biblioteca Nacional e, a mais polêmica, a de Sérgio Nascimento de Camargo para a presidência da Fundação Cultural Palmares, já suspensa. Tudo sob a batuta do também controverso Roberto Alvim, secretário de Cultura do governo. Em comum a todos eles, a admiração pelo escritor Olavo de Carvalho, guru intelectual do presidente.

Na 24ª edição do Baixo Clero, podcast de política do UOL, os blogueiros Josias de Souza, Tales Faria e Leonardo Sakamoto analisam essas nomeações. Por trás da guerra contra o "marxismo cultural" proposta pelo governo, existe um aparelhamento dos órgãos culturais?

De acordo com Josias de Souza, a resposta é sim. "O governo fez isso porque o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, e todos os influenciadores mentais do presidente criaram um fantasma, o marxismo cultural. O governo se assusta cotidianamente. Com a assombração que ele mesmo criou, o Bolsonaro e seus operadores passaram a enxergar os centros de produção, de pensamento crítico e de conhecimento como inimigos do governo em geral e do presidente em particular", afirmou.

Sakamoto lembrou que, no início de sua gestão, Bolsonaro anunciou que acabaria com o Ministério da Cultura, que agora é uma secretaria subordinada ao Ministério do Turismo. "Ele age com o objetivo de ressignificar registros históricos, qualquer notícia contrária o governo, mas também de reformular o passado e reformular o presente, para controlar a história", disse.

Para Tales Faria, qualquer atitude mais progressista no campo cultural é vista pelo governo como marxismo cultural. "Eu tinha para mim que o marxismo havia sido derrubado com o Muro de Berlim. Nem os militares acreditavam mais nisso, era assunto morto", comentou.

Ainda nesta quinta-feira, o secretário Roberto Alvim anunciou a produtores de teatro e do audiovisual que o teto de captação da Lei Rouanet subirá de R$ 1 milhão para R$ 10 milhões para projetos musicais. Além disso, também apresentou o ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo André Sturm como novo secretário ao Audiovisual do governo federal.

Onde mais ouvir

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