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A jornalista Carla Bigatto conduz com analistas um papo sobre temas que dominam a pauta política.


Baixo Clero #79: 'Não vou usar suspeição de Moro na defesa de ninguém na Lava Jato', diz Kakay

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Do UOL, em São Paulo

25/03/2021 21h47

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse que vai ignorar a decisão da parcialidade do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro na defesa de seus clientes acusados de envolvimento na Operação Lava Jato, como declarou no episódio #79 do Baixo Clero.

Nesta semana, a 2ª turma do STF (Supremo Tribunal Federal) definiu o ex-juiz Sergio Moro como suspeito no processo do ex-presidente Lula.

Convidado do podcast de política do UOL desta semana, Kakay debateu com a apresentadora Carla Bigatto e os colunistas Maria Carolina Trevisan e Diogo Schelp os impactos da decisão judicial. Para ele, o efeito será apenas nos processos de Lula, nada afetando no restante dos processos da Lava Jato.

"Eu não vou alegar a nulidade em nenhum caso, porque não se aplica", afirma (veja a partir de 18:30 no vídeo acima), ao dizer que existe a possibilidade de advogados entrarem com pedidos para avaliar a atuação de Moro com outras pessoas julgadas. Ele defende que "não será fácil" associar a decisão envolvendo Lula aos outros casos.

Segundo Kakay, "as pessoas usam [a suspeição] para dizer que é um ataque à Lava Jato", diz o advogado criminalista (veja a partir de 18:00 no vídeo acima). "Tem viúvas do Moro que falam: 'Agora vão recorrer ao plenário do Supremo'. Não tem recurso, não existe."

Ligado à defesa de pessoas investigadas na operação há seis anos, o advogado critica o modo com que o ex-juiz e a força-tarefa da Lava Jato "aparelhou o Ministério Público e o Judiciário em busca do poder".

"É hora de sabermos o que realmente existia na estrutura desse grupo que instrumentalizou [os cargos públicos] em busca do poder", afirma (veja a partir de 12:20 no vídeo acima).

Frigideira

Ainda no episódio #79, a tradicional frigideira do Baixo Clero contou com dois nomes do governo Bolsonaro. Dessa vez, o presidente não entrou entre os fritados, mas tem sua parcela de influência nos escolhidos.

Primeiro, por ter na política externa Filipe Martins, escolha de Maria Carolina Trevisan. A colunista optou pelo assessor de assuntos internacionais por um gesto de extrema-direita durante depoimento do chanceler Ernesto Araújo ao Senado.

"Fez um símbolo de supremacistas brancos, um símbolo de ódio. Não serve para ajudar a democracia. Isto o posiciona como um modelo do Steve Bannon [ex-assessor político de Donald Trump nos EUA] de atuar na política", afirma (ver a partir de 1:05:15 no vídeo acima).

Diogo Schelp escolheu fritar Eduardo Pazuello, à frente do Ministério da Saúde na maior parte da pandemia do novo coronavírus.

"No discurso de saída do governo, Pazuello veio com algumas justificativas para a saída: foi uma questão política, que só saiu ou 'foi saído' porque foi honesto, que não aceitou o jogo político ou interesses de grupos. Fez apresentação muito constrangedora", definiu o jornalista (ver a partir de 1:07:20 no vídeo acima).

Schelp reforça a saída pela gestão "desastrosa" do militar no combate à covid-19. Lista uma série de erros, como a falta de oxigênio em Manaus, a compra de vacinas e até mesmo a dificuldade de adquirir seringas para a imunização.

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