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A jornalista Carla Bigatto conduz com analistas um papo sobre temas que dominam a pauta política.


Baixo Clero #80 | Kátia Abreu: Prioridade é correr atrás de vacina, não instalar CPI da covid

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Do UOL, em São Paulo

01/04/2021 22h18

Não será imediata a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar possíveis crimes cometidos pelos governos federal e estaduais durante a pandemia. Ao menos é o que diz a senadora Kátia Abreu (PP-TO) em participação no Baixo Clero #80. A opinião é compartilhada com outros 40 senadores dos 81 na Casa, segundo ela.

Na entrevista com a apresentadora Carla Bigatto e os colunistas Maria Carolina Trevisan e Diogo Schelp, a parlamentar descartou a hipótese em um futuro próximo. Para ela, há outras prioridades para o país no Congresso neste momento.

"Eu não descaro, sob hipótese nenhuma, uma CPI. Agora, eu acredito que não devemos nos dispersar neste momento de achar que, enquanto está morrendo gente, irmos buscar os culpados da situação. Vai ter a hora certa", defende Kátia Abreu (veja a partir de 13:30 no vídeo acima).

Assim, a senadora elenca como prioridade proteger a população e não apontar dedos aos políticos. "Tudo tem prioridade e, na minha avaliação e de mais de 40 senadores, é de correr atrás de vacinas e impor medidas sanitárias urgente", afirma (veja a partir de 13:50 no vídeo acima).

A senadora deu como exemplo a CPI para investigar a propagação de fake news, que está foi aberta no Congresso. Em tese, os trabalhos estão em andamento, mas, na prática, não há apurações justamente por causa da pandemia. "Abriríamos [uma CPI] para continuar fechada?", questiona.

A progressista participou de encontro com a OMS (Organização Mundial da Saúde) em busca de mais vacinas ao país. Além de não conseguir mais doses, ainda recebeu a notícia de que a organização atrasará a entrega das 9,2 milhões de doses prometidas.

Um ponto que não ajuda é a forma com que o governo Bolsonaro tem lidado com o vírus. Exemplifica a parlamentar com as falas confusas do presidente, que falou contra isolamento, enquanto o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou a favor de as pessoas se isolarem.

"Estamos insistindo em equívocos", resume (veja a partir de 9:10). "Eu não tenho nada contra o presidente, eu quero mais é que ele acerte. Se ele acertar, menos gente vai morrer", complementa.

Segundo ela, a troca de ministro não necessariamente significará melhor forma de lidar com a pandemia. "Chegamos ao ápice de 4.000 óbitos em 24 horas. Espero que ele [Bolsonaro] aprenda com os erros e que possa colocar o povo brasileiro em primeiro lugar", diz (veja a partir de 11:00 no vídeo acima).

Frigideira

Tradicional quadro do Baixo Clero, a frigideira desta semana tem um militar e um civil: Braga Netto, novo ministro da Defesa de Bolsonaro, e Augusto Aras, procurador-geral da República.

Colunista e titular do Baixo Clero, Diogo Schelp escolheu fritar Braga Netto pela ordem do dia de 31 de março, em que comemorou o golpe militar de 1964 — movimento golpista que deu origem à ditadura que perdurou por 21 anos no Brasil.

"Ele pegou a ordem do dia feita pelo ministro anterior e acrescentou referência de ser um momento para 'celebrar', o que não é. E tirou trecho em que define as Forças Armadas como instituição de Estado", explica (assista a partir de 53:40 no vídeo acima).

Schelp destaca a última frase pelo fato de um dos comandantes das forças substituído nesta semana destacou a independência das instituições em relação ao presidente. No caso, Bolsonaro trocou os líderes e o ministro da Defesa em busca de um alinhamento dos militares a seu favor.

A escolha de Maria Carolina Trevisan é pelo homem forte da PGR (Procuradoria-Geral da República). Segundo ela, Aras se esquiva à responsabilidade de enquadrar o presidente quanto seu negacionismo e ações na pandemia.

"Augusto Aras é o único que poderia pedir investigação ao Supremo Tribunal Federal contra o presidente Jair Bolsonaro. É muito poder concentrado e ele tem evitado se colocar assim porque tem interesse na vaga do STF", diz Trevisan (veja a partir de 51:50 do vídeo acima).

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