Relatora de CPI cogita quebrar sigilo de contas de WhatsApp da eleição 2018
Resumo da notícia
- CPI descobriu 24 linhas que mais disparavam WhatsApp em massa na eleição
- Relatora da CPI quer análise nesta semana e cogita quebra de sigilo
- Comissão conta com apoio da PF para identificar pessoas por trás das contas
A relatora da CPI das Fake News no Congresso, deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), afirma que a comissão irá encaminhar para perícia da PF (Polícia Federal) os números telefônicos apontados como maiores disparadores de mensagens irregulares de WhatsApp nas eleições de 2018.
Após a análise de informações fornecidas pelo WhatsApp aos parlamentares, foi possível peneirar os números suspeitos e chegar aos 24 maiores disseminadores de mensagens que de alguma forma ferem a lei eleitoral. O conteúdo ainda é desconhecido.
Com a perícia da PF, a CPI pode ter material que motive uma votação entre os parlamentares para determinar a quebra de sigilo destes 24 números de telefone e chegar possivelmente aos autores dos disparos, para então tipificar de fato os crimes e determinar punições, se for o caso.
Telefones com chips internacionais eram operados a partir dos mesmos endereços do Brasil, mostra análise de IPs feita pela reportagem do UOLa partir dos protocolos de internet que chegaram à CPI.
Segundo Lídice da Mata, os parlamentares vão usar a ajuda de um delegado e um agente da PF para aprofundar a análise dessas informações.
Ao site "Congresso em Foco" a relatora afirmou que já havia acionado a equipe técnica para trabalhar no assunto antes mesmo de o Legislativo voltar do recesso. "E nós vamos ter que tratar desse assunto nesta semana logo. Então, estamos verificando quais providências podem ser tomadas antes de a CPI voltar a funcionar", explicou ela, nesta manhã.
Ao UOL, Lídice afirmou que novas quebras de sigilo poderiam acontecer. Ela ponderou, no entanto, que as decisões dependem de aprovação do conjunto dos deputados e senadores que compõem a CPI.
Depoimentos terão que ser pontuais, defende Randolfe
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), integrante da CPI, disse que as informações mostram que é possível chegar a um esquema que revele abuso de poder econômico na campanha e distribuição em massa de fake news nas eleições.
É fazer essa localização, essa identificação. Isso aí é ponta do fio da meada de eventual processo fraudulento que pode ter sido utilizado na eleição. Identificando isso, identifica onde pode ter tipo abuso de poder econômico eleitoral e distribuição em massa de notícias falsas.
Randolfe Rodrigues, senador
Para ele, as informações do WhatsApp são "a prova mais importante" que chegou à CPI até agora. No entanto, ele entende que, depois que forem identificadas as pessoas e empresas que faziam os disparos em massa, é preciso uma estratégia com os depoimentos.
"Ter poucos depoimentos, pontuais, afirmou Randolfe. O motivo é evitar um tumulto, que, para ele, será incentivado pelos aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Parte dos disparos em massa beneficiaram o candidato e hoje chefe do Executivo, além de Fernando Haddad (PT), Henrique Meirelles (MDB) e João Doria (PSDB), como noticiado pelo UOL ainda em 2018.
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