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Bolsonaro ironiza denúncia contra Glenn: "Não confia na Justiça?"

Presidente Jair Bolsonaro deixa Palácio da Alvorada -
Presidente Jair Bolsonaro deixa Palácio da Alvorada

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

21/01/2020 14h31Atualizada em 21/01/2020 15h11

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou hoje a situação do jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site The Intercept Brasil, que foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) junto com outras seis pessoas sob acusação de invadir celulares de autoridades brasileiras, como o ex-juiz e atual ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato.

"Não devia nem estar... Onde está esse cara? Está no Brasil, ele?", perguntou o presidente ao deixar na tarde hoje o Palácio da Alvorada, em Brasília.

Diante da insistência dos jornalistas, o presidente disse: "Outra pergunta".

"Quem denunciou foi a Justiça, você não acredita na Justiça", interpelou o presidente. Um repórter o corrigiu e lembrou que o órgão responsável por oferecer denúncia é o Ministério Público.

"É MP, MP", retrucou Bolsonaro.

A denúncia é uma acusação formal apresentada pelo Ministério Público à Justiça, que decidirá se a aceita ou não.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Glenn afirmou que o Intercept não será intimidado pelo abuso do aparato do Estado nem pelo governo Bolsonaro.

Força Nacional Ambiental

Antes de se dirigir ao Palácio do Planalto, onde fará hoje reuniões com ministros, o presidente afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu aval à criação de uma "Força Nacional Ambiental" —grupo que reunirá agentes de segurança pública com foco na proteção da Amazônia. O governo ainda não detalhou a proposta e não explicou como funcionará esse novo órgão.

"Já falei com o Paulo Guedes e [ele] deu sinal verde para criá-la", comentou.

A Força Nacional Ambiental é uma iniciativa do Executivo na tentativa de responder a cobranças feitas por entidades do setor durante o Fórum Econômico Mundial. Além do aparato policial, ele autorizou a criação do Conselho da Amazônia —colegiado que será subordinado à vice-presidência da República e será chefiado pelo vice, Hamilton Mourão.

Pelo Twitter, o presidente declarou que o objetivo é "coordenar as diversas ações em cada ministério voltadas para a proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia".

Caixa-preta do BNDES

Bolsonaro evitou comentar a auditoria em contas do BNDES, serviço contratado por R$ 48 milhões e que não apontou nenhuma evidência direta de corrupção em operações com a JBS, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo".

"Caixa-preta já foi aberta, bilhões gastos em outros países."