Topo

Esse conteúdo é antigo

Bolsonaro ignora inquérito da PF e diz que Wajngarten "está firme" no cargo

Fabio Wajngarten se aproximou do presidente Jair Bolsonaro ainda durante a campanha - UESLEI MARCELINO/REUTERS
Fabio Wajngarten se aproximou do presidente Jair Bolsonaro ainda durante a campanha Imagem: UESLEI MARCELINO/REUTERS

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

05/02/2020 08h50

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que o secretário de Comunicação do Planalto, Fábio Wajngarten, "continua mais firme do que nunca" apesar do inquérito aberto pela Polícia Federal para investigá-lo por suspeita de crimes contra a administração pública.

Na versão do mandatário, não foi a PF que instaurou o procedimento apuratório. "O MP [Ministério Público] que pediu para que fosse investigado. É completamente diferente do que você [repórter] está falando. [Dessa forma] dá a entender que ele é um criminoso", disse ele ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã de hoje.

Bolsonaro reforçou a ideia de que, de acordo com o seu entendimento, o subordinado não cometeu qualquer ato ilícito. "Não é criminoso. Não vi nada que atente contra ele."

Wajngarten é pivô de uma crise instalada no Palácio do Planalto depois que a Folha de S.Paulo mostrou que ele é sócio de uma empresa, a FW Comunicação, que recebe dinheiro de emissoras de TV, entre elas Record e Band, e de agências contratadas pela própria Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), ministérios e estatais do governo Bolsonaro.

Na gestão dele, as clientes passaram a receber porcentuais maiores da verba de propaganda da secretaria.

O inquérito da PF, de fato, atende a pedido do MPF (Ministério Público Federal). O órgão solicitou a medida a fim de apurar se, ao manter contratos privados no exercício do cargo de secretário de Comunicação, Wajngarten cometeu os crimes de corrupção passiva, peculato (desvio de recursos por agente público) e advocacia administrativa (patrocínio de interesses privados na administração pública).

A investigação ficará a cargo da Superintendência da PF em Brasília. O caso correrá em sigilo. A solicitação do MPF foi feita a partir de representações apresentadas por diversos cidadãos, com base em reportagens da Folha.