Maia diz que Weintraub é "problema do presidente" e evita novas críticas
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), participou do Central GloboNews de ontem, na GloboNews, para falar da reforma tributária e da reforma administrativa, mas não escapou de perguntas sobre o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Recentemente, Maia fez críticas diretas ao titular da pasta, mas no programa preferiu evitar novas declarações sobre o tema.
"Isso [Weintraub] é um problema do presidente da República. Todo mundo já sabe quem é o ministro. Eu quero tratar do Fundeb e da melhoria da qualidade da educação", disse.
"Mas você desabilitou a interlocução com Weintraub, então como é que o governo vai tratar dessa questão do Fundeb sem o ministro da Educação?", perguntou um dos comentaristas. "Tem os interlocutores. Tem deputados que falam com a equipe do Ministério. Não vejo problema nisso. A minha articulação é toda feita com o Ministro Ramos. As coisas estão caminhando bem e com o presidente também estão muito bem", afirmou Maia.
A ser insistido em falar do tema, ele explicou: "Veja bem, eu não trato dos ministros com o presidente. Eu trato dos temas que considero relevantes direto com o presidente da República, que, aliás, temos uma ótima relação hoje. Quem escolhe os ministros é o governo, então é o governo que tem que avaliar se o ministro vai bem ou mal. Eu já dei a minha opinião sobre esse ministro. Então, acho que não podemos perder tempo falando de algo que não vai gerar informação relevante para quem está nos assistindo", disse.
Nas últimas semanas, o presidente da Câmara disse que Weintraub representa a bandeira do ódio e que não é possível negociar com quem ataca permanentemente e agride pessoas em redes sociais. Ontem, o ministro da Educação teve pedido de impeachment apresentado por 19 parlamentares ao STF (Supremo Tribunal Federal), por crime de responsabilidade.
Reformas
Sobre as reformas tributárias e administrativas, Maia deu a sua opinião: "O que tem me preocupado nas últimas semanas é esse nosso otimismo. Não é porque a reforma da Previdência foi aprovada e que há um parlamento que quer modernizar o estado brasileiro, que significa que os nossos problemas estão resolvidos".
"Se um texto for escrito pela assessoria do presidente Jair Bolsonaro sobre a agenda econômica no Palácio do Planalto, vão carregar tinta da tributária porque eles acham que é popular e a administrativa não. Se for escrita pelo Paulo Guedes, vão falar mais de administrativa do que de tributária. O que a gente precisa é, que junto do governo, mostrar que esse sistema não se resolve apenas com a administrativa ou apenas com a tributária", explicou Maia.
Ainda sobre o assunto, continuou: "A tributária tem o papel de simplificar o sistema, melhorar a produtividade das empresas, mas a carga tributária só vai cair quando nós conseguirmos reorganizar melhor a administração pública. Para isso, a reforma administrativa, no mínimo para os novos funcionários, é muito importante".
"Como a taxa de juros caiu muito, aqueles que viviam de renda fixa, do juros real, estão migrando com muita força para a bolsa de valores e a bolsa está supervalorizada. Temos que tomar certo cuidado, porque se não entendermos que ainda temos um longo caminho com essas reformas e não conseguirmos avançar com isso, com o Fundeb, com uma agenda social importante, com um marco regulatório como a lei de parceria pública e privada, entre outros, não vamos conseguir garantir a preservação do meio ambiente, que é a chave para investimentos externos".
Em outro momento, Maia falou que não vê como o Brasil vai sair da crise fazendo apenas uma grande reforma para os servidores públicos. "A tributária tem conflitos, sem dúvida nenhuma que tem, pequenos e menores do que alguns falam. Então, acho que está na hora da gente enfrentá-la. Assim como a gente enfrentou e previdenciária, está na hora de enfrentar a tributária".
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