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Ciro sobre tiro em Cid: 'Se eu estivesse lá, o desfecho talvez fosse pior'

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), irmão do senador Cid Gomes  - Kleyton Amorim/UOL
O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), irmão do senador Cid Gomes Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

20/02/2020 17h16

Resumo da notícia

  • Ex-governador defende irmão, baleado ontem em Sobral em ato de policiais amotinados
  • Pedetista defende negociações feitas pelo governador Camilo Santana (PT)
  • Para Ciro, motins são movidos por interesses político-partidários

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) saiu em defesa da atitude do irmão Cid Gomes (PDT-CE), baleado na tarde de ontem em Sobral (270 km de Fortaleza). O senador foi atingido ao tentar invadir, com uma retroescavadeira, um quartel da Polícia da Militar tomado por policiais amotinados com rostos cobertos e seus familiares.

"Se os elegantes da política brasileira, dessa esquerda bandida que também existe no Brasil, consideram que faltou elegância, quero saber se fascismo se enfrenta com flores. Nós aqui vamos enfrentar com a arma que for necessária", afirmou em entrevista na chegada dele a Fortaleza nesta tarde de hoje.

Ciro também se posicionou a favor da convocação de Cid à população pelas ruas de Sobral. "Ele estava com megafone, não estava com arma nenhuma. Ele é um senador da República, e aquilo é uma via pública. Ele, como qualquer autoridade ou pessoa, tem o direito de ir e vir. Aquela rua dá acesso ao quartel, e uma minoria impedia que uma maioria fosse trabalhar", disse.

O pedetista ainda disse que ficou "muito chocado" ao ver o vídeo do momento em que Cid tentou invadir o quartel e levou um tiro. "Lamentei muito não estar eu lá. Mas Deus me protegeu, porque, se estivesse lá, o desfecho talvez fosse pior."

Para Ciro, o governador Camilo Santana (PT) fez "tudo o que podia e o que não podia" pela polícia do Ceará e se posicionou contra um possível reajuste para encerrar o motim.

"Estou dizendo inclusive aquilo que ele não podia, porque um policial em início de carreira, num estado pobre como o nosso —volto a dizer que a vida é muito dura—; mas um soldado começar a vida ganhando cinco salários mínimos, enquanto um professor não ganha isso? Isso é uma inversão de valores absolutamente grave", afirmou.

Ciro Gomes ainda atribuiu os motins a interesses político-partidários. "Depois que aceitaram a negociação, tudo estava resolvido, e uma minoria claramente vinculada à politicagem partidária, faz o que estão fazendo? Fazer o Ceará refém? Balear um senador do peito?", questiona, citando que o lado dele está unido na questão. "Só por cima do nosso cadáver as milícias dominarão o Ceará."