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"Não existe isso de intervenção militar", diz ministro da Defesa

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

27/02/2020 11h44Atualizada em 27/02/2020 16h10

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou hoje que "não existe isso" de intervenção militar. A declaração foi dada quando questionado sobre postagens nas redes sociais que defendem a pauta da intervenção militar nas manifestações marcadas para 15 de março.

"Não, não existe isso. Não, não existe isso não", declarou.

Há parcela dos apoiadores que também defende o fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Na terça (25), foi revelado que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repassou vídeos de apoio aos protestos para amigos pelo WhatsApp, embora sem apoio explícito a essas ações.

Presidentes de outros Poderes, como o da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o do Supremo, Dias Toffoli, pediram respeito à ordem constitucional, sem citar Bolsonaro nominalmente.

O presidente do Congresso e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não se manifestou até o momento. Parte da classe política, inclusive parlamentares de centro e governistas, também repudiou o ato.

Assim como ontem, Bolsonaro também não se manifestou quando questionado sobre a relação com o Congresso Nacional. Hoje de manhã ele passou duas vezes em frente à imprensa, que o questionou sobre o assunto, mas não quis falar.

Bolsonaro ainda não decidiu sobre prorrogação de GLO no CE

Hoje de manhã, Bolsonaro foi ao Ministério da Defesa para reunião com Azevedo e Silva, além dos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e André Mendonça (Advocacia-Geral da União). Os comandantes das Forças Armadas também estiveram presentes.

O ministro da Defesa disse que o encontro serviu para atualizar o presidente sobre a viagem de comitiva de ministros ao Ceará, que convive com motim de policiais militares desde a semana passada. A greve de PMs é proibida pela Constituição Federal.

Bolsonaro autorizou o envio de tropas federais ao estado para ajudar na segurança pública por meio de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem), em vigor até amanhã. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), já pediu a prorrogação da medida. Por enquanto, sem resposta.

Azevedo e Silva informou que Bolsonaro ainda não se decidiu sobre a prorrogação. "A GLO está em vigor até amanhã. O presidente não decidiu ainda", disse.

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