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Sem prova, Bolsonaro diz que Brasil teve indústria de demarcação de terra

9.mar.2020 - Jair Bolsonaro discursa em Miami - Foto: Marco Bello/Reuters
9.mar.2020 - Jair Bolsonaro discursa em Miami Imagem: Foto: Marco Bello/Reuters

Do UOL, em São Paulo

10/03/2020 11h22Atualizada em 10/03/2020 12h09

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje, sem apresentar provas, que o Brasil teve uma indústria de demarcação de terras indígenas.

"A nossa Amazônia sofreu de 1992 pra cá com a verdadeira indústria de demarcação de terras indígenas. Hoje em dia o Brasil tem 14% do seu território demarcado por terra indígena. Ninguém tem isso no mundo", disse o presidente durante o Fórum das Américas, em Miami, nos Estados Unidos.

"Obviamente sabemos que todos os países nem se falam em comunidades indígenas. Mas, levando-se em conta o todo que existia lá, ninguém tem isso. E que alguns países queriam, na Europa, é que esse meu atual governo chegasse a 22% de demarcação de terra indígena. Isso não será realizado", continuou.

A exemplo do que já havia dito durante sua participação na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em setembro do ano passado, Bolsonaro disse que a "Amazônia é nossa" e chamou de "mentirosas" informações sobre queimadas e incêndios na Amazônia.

"É mentirosa a informação, fake news, obviamente, que falam a respeito do Brasil sobre os focos de incêndios e queimadas na região amazônica. Isso existe nas periferias com uma coisa quase que cultural por parte do povo que busca alimentação."

"Temos a maior floresta preservada do mundo", acrescentou.

Bolsonaro acrescentou que os governos de esquerda "descobriram formas de atrapalhar e impedir o desenvolvimento do Brasil com comunidades quilombolas".

"Com todo respeito que nós temos àqueles que vieram para o Brasil e foram escravizados. Abominamos a escravidão. Graças a Deus não existe mais no Brasil. Mas, essa demarcação de terras quilombolas (...), não pode ocorrer. Somos um só povo, uma só raça e queremos nos unir para o bem do Brasil."

O presidente destacou ainda a biodiversidade do Brasil, voltando a dizer ter certeza de que "temos uma Cancún na baía de Angra dos Reis".