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Ciro chama Bolsonaro de genocida e fala em presidente "no Tribunal de Haia"

Kleyton Amorim/UOL
Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

28/03/2020 12h12

O pedetista Ciro Gomes, derrotado por Jair Bolsonaro (sem partido) na eleição de 2018, chamou o atual presidente de "genocida" e disse hoje que ele deveria ser levado ao Tribunal de Haia (Corte Internacional de Justiça) em razão de sua postura negacionista quanto à pandemia do coronavírus.

"Autor de crime contra a humanidade", opinou o político em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais.

Bolsonaro tem sido criticado por não admitir a gravidade do problema e por convocar a população a encerrar o isolamento social nos estados e municípios.

A reclusão é uma medida preventiva recomendada pelo próprio Ministério da Saúde e avalizada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para impedir que o coronavírus se espalhe ainda mais. Apesar do alerta das autoridades em todo o planeta, o presidente insiste em negar fatos com o argumento de que a economia do país não pode parar.

A Corte que tem sede em Haia, cidade localizada nos Países Baixos, é o principal órgão de Justiça da ONU (Organização das Nações Unidas) e foi fundado após a Segunda Guerra Mundial, em 1945. Sua função não é julgar pessoas, e sim estados, mediar conflitos entre nações.

Indivíduos que cometem delitos de jurisdição internacional —genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra— são levados ao Tribunal Penal Internacional, que também tem sede em Haia e foi criado em 2002. Desde julho de 2018, a Corte também analisa casos de agressão.

No ano passado, um grupo de advogados tentou processar Bolsonaro em Haia por causa da resposta do presidente às queimadas na Amazônia. Os denunciantes alegavam que o mandatário demorou a reagir e ordenar operações de combate aos incêndios que se alastravam pelos estados da região. O caso, no entanto, não prosperou até hoje.

Durante a transmissão ao vivo, Cirou defendeu a "radicalização do isolamento social" como medida essencial para frear o contágio massivo pelo coronavírus. Segundo ele, é "a única saída", já que não há nem cura nem vacina.

"É uma coisa absurda a gente ter que discutir com o nosso próprio governo coisas que são óbvias."