Covid-19: São Paulo explode igual Milão se seguir Bolsonaro, diz Covas
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), pediu que a população não ouça as orientações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o isolamento social, medida considerada necessária por especialistas para combater o alastramento do coronavírus. Até este momento, São Paulo contabiliza 136 óbitos em decorrência da covid-19, a maior parte na capital paulista.
"Se as pessoas forem seguir os conselhos do presidente, que não tem nenhuma base científica, a situação em São Paulo vai explodir como em Milão", alertou em entrevista ao jornal O Globo. A Itália é um dos países mais atingidos pela covid-19.
Covas disse que a postura de Bolsonaro perante o tema tem atrapalhado. Ontem o presidente insinuou que a OMS (Organização Mundial da Saúde) estaria alinhada às críticas ao isolamento social.
"Fazemos aqui o que apontam os médicos, cientistas e pesquisadores. Você sabe o que significa em meu currículo, como prefeito, fechar o parque do Ibirapuera, um cartão postal da cidade? As falas do presidente confundem. Há confusão dentro do próprio governo dele, o presidente fala uma coisa, ministro fala outra. Ele deveria reforçar a importância das pessoas colaborarem com o isolamento social", criticou o prefeito.
O tucano disse que a cidade já testou cerca de 20 mil pacientes e aguarda a chegada de mais de 100 mil testes, a partir de 10 de abril. "Estamos focando naquilo que a Vigilância Sanitária aqui coloca, que é testar as pessoas suspeitas. Se a gente tivesse 10 milhões de testes, a gente faria em toda população da cidade. Temos que nos concentrar naquilo que a gente consegue fazer", diz.
Questionado se vai renovar a medida que determinou o fechamento do comércio até o dia 5 de abril, Covas disse que isso deverá ser resolvido "provavelmente de véspera ou antevéspera". "Esta é uma doença que nem São Paulo, nem o mundo sabe ao certo o comportamento dela. Todo dia a gente tem novos números que vão nos orientando", argumenta.
Segundo ele, a prefeitura está preparada para enfrentar "mais três ou quatro meses" de crise.
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