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Mourão vê exploração da covid na mídia e prega retomada gradual de serviços

Hamilton Mourão, vice-presidente da República, defendeu retomada gradual dos trabalhos - Foto: Adnilton Farias/Flickr
Hamilton Mourão, vice-presidente da República, defendeu retomada gradual dos trabalhos Imagem: Foto: Adnilton Farias/Flickr

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/04/2020 17h04

O vice-presidente Hamilton Mourão criticou o que chamou de "superexploração" da mídia na cobertura da pandemia da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Em entrevista ao jornalista Augusto Nunes durante live organizada pelo BTG Pactual, Mourão também citou o ex-presidente Ernesto Geisel para defender a retomada gradual dos serviços no Brasil.

Questionado por Nunes sobre o papel da imprensa na cobertura do coronavírus, Mourão disse que a mídia tem que mudar a forma como elabora as manchetes das reportagens a respeito da covid-19.

"Eu julgo que a imprensa tem obviamente o dever de informar, mas as manchetes podem ser tratadas de outra forma, de modo que as pessoas tenham entendimento real e imediato do que são os perigos causados por essa pandemia, mas ao tempo compreendam que não é motivo para uma histeria total como estamos vendo. Porque hoje você toma café, almoça e janta, faz a ceia ouvindo sobre coronavírus. Então eu julgo que isso é uma superexploração e que muitas vezes leva a uma imagem distorcida por segmentos da população que não conseguem compreender a realidade", afirmou o vice-presidente.

Sobre a retomada dos trabalhos afetados pelas medidas de isolamento social na luta contra a propagação do coronavírus, Mourão usou uma frase conhecida na ditadura militar para defender a volta gradual dos serviços.

"Eu vou usar uma expressão que era do tempo do presidente Geisel, quando se referia à abertura política, esse processo terá que ser lento, gradual e seguro. Estamos hoje com as atividades essenciais, em um segundo momento podemos abrir bares e restaurantes, um exemplo, se o restaurante tem 30 mesas ele vai funcionar inicialmente com dez mesas", afirmou.

O vice-presidente também citou a possibilidade de empresas que possuem capacidade de testar seus funcionários voltem ao trabalho "a partir do momento que nós tivermos ultrapassado o pico da doença".

Citando o pronunciamento em rede nacional feito na terça-feira (31) pelo presidente Jair Bolsonaro, Mourão se referiu à pandemia como um desafio que requer cooperação.

"O presidente se referiu a essa pandemia como sendo o maior desafio da nossa geração, a geração dos baby boomers. Nós não tivemos que enfrentar o que foi a Segunda Guerra Mundial, que foi realmente um caos enorme no mundo. E, de lá para cá, atos e fatos dessa natureza não atingiram o Brasil. O que tem que ficar claro é que nós vamos superar isso. É um esforço conjunto, a palavra-chave é 'cooperação', e ela começa dentro do núcleo familiar", disse o vice-presidente.

Mourão ainda considerou a crise do coronavírus como uma oportunidade para o Brasil ter um exemplo de "união".

"Depois teremos que fazer um esforço conjunto para reerguer as empresas, recuperar empregos, trabalharmos juntos, todos nós perderemos alguma coisa nessa crise, mas vamos ganhar algo maior, que é um sentimento de união e capacidade do povo brasileiro de superar desafios.", concluiu.