Lula matou a esquerda, e Huck tem menos o que dizer em crise, diz FHC
Em análise sobre a cena política do Brasil, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse, em entrevista a Tales Faria no UOL, que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "matou a esquerda" ao se afirmar como liderança deste espectro.
"Na esquerda, de alguma maneira, o Lula matou a esquerda, ficou só ele", disse o tucano.
Já em relação a Luciano Huck, apontado como possível candidato nas eleições presidenciais de 2022, FHC avalia que seu discurso perde efeito em momentos de crise como o atual.
"E nas forças novas o Luciano Huck, que é apoiado por todos, nessas horas de conflito maior, de crise, tem menos o que dizer. Fica um pouco marginalizado no processo", afirmou, referindo-se à pandemia do novo coronavírus.
Lula sem força para vencer eleições
Para Fernando Henrique, Lula não é mais um nome viável para ganhar uma eleição presidencial. Em sua avaliação, os casos de corrupção minaram o que o ex-presidente representava para parte do eleitorado.
"Eu conheci o Lula tosco, hoje ele não é mais tosco. Ele aprendeu. Mas o Lula passou. O que ele representava, não representa mais. Lula está livre, e agora o que ele fala? Ele ataca o Bolsonaro, mas não é isso que o Brasil quer. (se for candidato) Ele vai perder, pois há um antipetismo muito forte", disse.
"O que o Lula representou não representa mais. Ele é acusado por fatos. Pode haver um sentimento antipetista no julgamento? Pode. Mas isso não afeta os fatos concretos", completou.
Falta de novas lideranças
Segundo FHC, a falta de novas lideranças na política tem como explicação mudanças na sociedade. Ele citou personalidades que têm grande influência em redes sociais para embasar seu comentário.
"Agora estamos numa fase de transformação muito grande da sociedade. Para começar por isso que estamos usando, tudo é novo, a sociedade mudou. Isso faz com que lideranças regionais percam capacidade, isso faz com que surjam outros líderes. No Twitter, as pessoas gostam de estar contra ou a favor. Não é que não existam líderes", disse.
"Esse pessoal do esporte, Ronaldinho, eles têm 100 milhões de seguidores. Pessoal da TV também. Eles que formam boa massa da opinião. É um momento de transição das sociedades", completou.
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