Caiado diz que relação comercial com a China não será afetada por polêmica
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), declarou hoje em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, que não vê uma relação estremecida com a China mesmo após declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do ministro da Educação, Abraham Weintraub.
"Tenho que defender a tese, que pronunciamento de um deputado ou de um órgão do governo ou membro o governo em relação a um gesto infeliz de tentar nacionalizar um vírus, isso não pode levar a um quadro de ruptura diplomática", afirmou o governador.
Caiado disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou com o presidente da China, Xi Jinping, e que acredita que os problemas foram resolvidos.
"Eles são nossos maiores importadores. Indiscutivelmente, essas commodities dependem muito de termos esse comércio internacional. As pessoas se perdem as vezes quando o foco é saúde, de repente um sujeito quer nacionalizar o vírus. Mas você não pode dar muita importância", disse Caiado.
Porém, o governador afirmou que Weintraub não deveria ter opinado sobre a situação e que é dever do presidente falar com o ministro. "Acho que o cargo não dá espaço para esse tipo de ilação ou qualquer mensagem que possa colocar em dúvida a relação com outro país", disse.
"O produtor rural está inquieto hoje porque é um cidadão comum igual todos nós. Não quer perder familiares, continua trabalhando e produzindo alimentos. É lógico que essas declarações não contribuem em nada, são infelizes, e que devem receber a reprimenda do presidente da República e pronto", declarou.
"O presidente é que fala para o país quando se tem qualquer dúvida de relação internacional. Nós não podemos abrir mão disso, de ter o comércio com a China", completou.
Hoje, Weintraub se defendeu. Ele afirmou em entrevista hoje à Rádio Bandeirantes que não foi racista e preconceituoso em sua publicação no Twitter — e que depois foi apagada — em que criticava a China usando o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica.
"Quem disse que eu sou racista, tem que provar que sou racista. Eu não sou racista. Pela minha origem familiar e pela origem pessoal", disse o ministro.
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