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Caiado diz que seria preocupante se Mandetta saísse da Saúde

Do UOL, em São Paulo

06/04/2020 22h16

O governador de Goiás, Ronald Caiado (DEM), ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou em entrevista para o Roda Viva, da TV Cultura, que a saída do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, seria "preocupante" para o Brasil durante a pandemia do coronavírus.

"Ainda bem que nós não tivemos nenhuma mudança no Ministério da Saúde. Seria preocupante. No momento em que a sociedade brasileira passou a assistir a todos aqueles boletins feitos pelo Mandetta, que mostra não só tranquilidade, mas conhecimento de causa, isso faz com que as pessoas sintam a confiança e a necessidade de ter no comando do Ministério da Saúde alguém que conheça o tema", disse.

"Acho que a decisão de hoje foi acertada do presidente, em manter o ministro e toda sua equipe, porque agora que estamos entrando na fase preocupante e aquilo que precisamos de ter, precisaremos de ter um comandante que conheça bem como vamos atender um Brasil continental, levando respiradores, macas e, ao mesmo tempo, profissionais para que possamos atender pessoas em todo o país", completou o governador.

Hoje, Mandetta afirmou que permanece no cargo após reunião que teve à tarde com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele participou de reunião com todos os outros ministros do governo e ficou fora da entrevista diária em que sua pasta apresenta o balanço sobre o avanço do coronavírus no Brasil.

O anúncio do "fico" foi feito em coletiva de imprensa marcada de última hora e que reuniu diversos secretários do ministério, na qual afirmou novamente que "médico não abandona paciente" e que vai seguir trabalhando com "ciência, foco e planejamento". Por outro lado, Mandetta disse que agora as "condições de trabalhos precisam ser para todos"

Caiado rompeu com o chefe do Executivo em março, após presidente recomendar em pronunciamento que a população retomasse a sua rotina, suspendesse a quarentena diante da pandemia do novo coronavírus e mantivesse apenas os idosos e outros grupos de risco em isolamento.

Apoiadores de Bolsonaro sobre combate ao coronavírus

Caiado ainda opinou sobre os defensores de Bolsonaro que não estão satisfeitos com o trabalho de Mandetta, apoiado nas recomendações científicas e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para seguir o seu trabalho.

"Esse é um momento de acreditarmos que não é a tese do presidente ou de um governador, é a tese da ciência. Ou vamos nos ater ao conhecimento, ao protocolo, ou vamos entrar naquilo que existe de pior nos mundos. A tese do 'achismo'. A tese do 'achismo' no futebol funciona bem, na medicina de maneira nenhuma", disse o governador.

"Neste momento, posso dizer que na área da saúde discordo do presidente. O que temos que fazer é tranquilizar o cidadão. O que ele precisa? Não é escutar duas opiniões sobre como devemos tratar um paciente, é uma só", completou.