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Doria pede que Bolsonaro respeite médicos: 'Salvaram sua vida'

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

08/04/2020 13h34

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), encerrou a entrevista coletiva de hoje pedindo que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha respeito pelos médicos. O político tucano citou que o agora chefe do Executivo foi salvo pela medicina e ficou internado no hospital Albert Einstein, na capital paulista, quando levou uma facada durante a campanha presidencial.

Doria se irritou com a politização do tratamento envolvendo ou não o uso de cloroquina feito pelo infectologista David Uip, que foi contaminado pelo novo coronavírus. O presidente da República e o ministro Augusto Heleno cobraram que o coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo divulgasse se tomou ou não a droga.

"Quando o senhor precisou salvar sua vida, o senhor veio para São Paulo e foi atendido no Albert Einstein", disse. "Foi atendido pelos mesmos médicos da equipe que o David Uip participa. O senhor agradeceu naquele momento àqueles médicos do Albert Einstein e de Juiz de Fora que ajudaram a salvar sua vida. São esses médicos que estão ajudando a salvar a vida de milhões de brasileiros. Respeite a medicina, respeite os médicos. Você pode precisar deles outra vez."

O tratamento de David Uip virou questão política porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um entusiasta do medicamento. Ele defende sua eficácia contra a covid-19 com frequência e cobrou uma posição do coordenador do Centro de Contingência.

Antes da entrevista coletiva, o assunto da receita foi tratado por integrantes do governo de São Paulo. Havia também uma menção ao tema na lista de perguntas enviada pelos jornalistas que acompanham a coletiva de casa. A orientação dos assessores de comunicação foi Uip aproveitar a oportunidade para falar da cloroquina.

Mas a receita foi tratada na coletiva logo no começo pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que falou defendendo o infectologista e afirmando que Uip está sendo vítima de ataques disparados a partir do gabinete do ódio. Ele pediu respeitos aos médicos e acrescentou que Uip sugeriu ao Ministério da Saúde a adoção da cloroquina.