Haddad defende crédito mais fácil durante pandemia do coronavírus no Brasil
Em tempos de pandemia do novo coronavírus e medidas de isolamento social no Brasil, Fernando Haddad (PT), candidato do PT à presidência da República nas eleições de 2018 defendeu que a população e o Estado tenham acesso mais fácil e barato a crédito.
Haddad foi um dos presentes à edição de hoje do UOL Debate, que reuniu também Manuela d'Ávila (PC do B), Guilherme Boulos (PSOL) e Alessandro Molon (PSB).
"O serviço bancário no Brasil é melhor do que no primeiro mundo. Mas não tem sistema de crédito. Significa que o crédito no Brasil é difícil e caro e, nesse momento, não é possível, inclusive para o Estado brasileiro. O crédito é difícil e caro; temos que tomar medida para mudar nosso sistema de crédito", disse.
"Temos que sair do tema 'regime fiscal brasileiro'. Existe valorização de verbas e não abre espaço fiscal para fazer o dinheiro chegar na mão do empresário e do trabalhador para a economia voltar ao normal ao fim da pandemia. O mundo inteiro está pagando taxa de juro real negativa, abaixo da inflação. Se tivermos inflação, é pelo desabastecimento, não pela demanda", acrescentou.
Para Haddad, é necessário ainda "abrir espaço para o gasto público em saúde". "Governadores não podem ficar constrangidos em gastar em saúde, prefeitos precisam de espaço fiscal para investir em saúde. Mas temos que mudar o regime fiscal, porque não tem cabimento pagar juro nessa altura e não abrir espaço fiscal", analisou.
"Hoje, o Henrique Meirelles (ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, atual secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo.), que ninguém pode acusar de esquerdista, fez coro com Lula. Nessa hora não tem mercado que resolva o problema. Até os neoliberais reconhecem que mercado vai matar pessoa e emprego. O que vai resolver problema é atuação inteligente e responsável do estado que distribua o ônus entre os mais ricos e não entre os mais pobres", completou o ex-prefeito de São Paulo.
Para o representante do PT, é preciso dar mais voz à oposição no debate a respeito dos problemas do país — inclusive a respeito da pandemia. "Centro-direita e direita não estão apresentando solução para a crise do país", afirmou.
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