Você entra por uma porta e quando sai leva um coice, diz Maia sobre governo
Ao falar da relação com o governo federal, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que "você entra por uma porta e quando sai leva um coice". Maia rebateu as críticas feitas a ele pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). O líder do governo Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que vê "excesso de críticas" de Maia ao Executivo.
"Não tenho nenhuma intenção de ser líder e comandar esse governo. Claro, os partidos têm toda liberdade e condição de dialogar com o governo. O problema é que você entra por uma porta e, quando sai, leva um coice. Essa tem sido a relação que o governo tem tido com os políticos do Congresso Nacional desde que assumiu o poder", disse Maia em entrevista a jornalistas.
No pano de fundo da questão há duas situações: uma aproximação de Bolsonaro com líderes do centrão —grupo informal formado por DEM, PP, PL, Republicanos, PSD, MDB e Solidariedade—; e a disputa por um projeto de ajuda a estados e municípios.
O deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) fez as críticas a Maia em entrevista publicada hoje (14), no jornal Estado de S. Paulo. Vitor Hugo e Maia têm atritos na relação desde o início da legislatura.
"Não cabe ao presidente da Câmara organizar a base do governo. Mas, com todo respeito, se não fosse o trabalho da Presidência da Câmara com os líderes, não teríamos aprovados muitas matérias, inclusive a reforma da Previdência", disse Maia.
Críticas ao plano do governo
Pela segunda vez, o presidente da Câmara disse que o governo usa dados errados na discussão sobre ajuda fiscal a estados e municípios. Maia interrompeu a pergunta de um jornalista que citava o anúncio do governo de R$ 77 bilhões em ajuda, que deve ser oficializada em medida provisória.
"Se você ler a proposta vai ver que o que tem são R$ 22 bilhões. Vamos falar a verdade. A verdade não machuca ninguém. R$ 22 bilhões não resolvem três meses dos estados. Muito menos a inclusão dos municípios", criticou Maia.
Ele explicou que são necessários no mínimo R$ 41 bilhões para ajuda financeira e que o valor apresentado pelo governo contém gastos que já foram feitos ou anunciados.
O governo divulgou o projeto um dia após a Câmara aprovar a proposta de socorro aos estados. O texto aprovado não agradou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que defende o veto da matéria se ela for aprovada no Senado.
Maia também criticou a postura do governo de cobrar mais contrapartidas no projeto da Câmara em vez de editá-las por medida provisória. "Claro que ninguém vai aumentar salários até o final do ano. Há uma MP do governo dando recursos a estados e municípios via FPE e FPM [fundo dos estados e municípios], não tem nenhuma contrapartida aqui. Por que que o presidente da República não assinou o congelamento de salário dos servidores? O que o governo não pode é tratar o Parlamento como barriga de aluguel", disse.
O deputado também se disse disposto a votar um projeto para restrição de gastos e mudanças em salários, mas cobra que a proposta seja enviada pelo governo.
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