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Partidos e autoridades reagem à demissão de Mandetta; veja repercussão

Do UOL, em São Paulo

16/04/2020 16h39

A demissão de Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro da Saúde, determinada pelo presidente Jair Bolsonaro na tarde de hoje em Brasília, repercutiu no meio político logo após o anúncio do agora ex-comandante da Pasta no Twitter confirmando a saída.

O deputado federal Fábio Trad (PSD-MS), que é primo de Mandetta, criticou a saída e disse que "ser demitido deste governo é ser absolvido pela História". Trad pediu ao ex-ministro para que "não se deixe abater".

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou a demissão de "grande perda para o Brasil". O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prestou homenagem a Mandetta e disse que ele "deixou um legado".

A saída do ministro também foi criticada pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. "Respeito a legitimidade do presidente de fazer alterações em seu time, mas lamento a saída de um ministro que coordenou com competência e dedicação exemplar a política de enfrentamento ao covid-19", escreveu o tucano.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), marcou Mandetta em uma mensagem no Twitter e disse que o ex-ministro "salvou milhares de vidas".

No Twitter, o perfil oficial do PSDB afirmou que a demissão foi um "movimento temerário do presidente Jair Bolsonaro no momento em que o país parece estar ingressando na fase crítica da pandemia", e que Mandetta "vinha realizando trabalho respeitável à frente da pasta".

Em nota oficial, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), disse que a decisão de Bolsonaro foi "lamentável" e que Mandetta "se tornou alvo de críticas e intrigas dentro do governo nos últimos dias justamente por estar fazendo um bom trabalho".

O deputado Alessandro Molon (RJ), líder do PSB na Câmara, disse que "desde o começo desta crise, Bolsonaro escolheu o caminho da negação e guiou suas decisões pelo achismo".

"A demissão de Mandetta não passa de um acerto de contas por parte de um chefe que, no auge de sua mediocridade, não tolera um auxiliar se destacando mais do que ele. Um comportamento irresponsável de quem está mais preocupado com sua reeleição do que em salvar as vidas dos brasileiros", disse Molon.

Ex-ministro da Saúde durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) também criticou a saída do ministro. "Mandetta foi demitido pelos motivos errados, espero que ele não abandone o colete do SUS que vestiu durante essa crise", disse no Twitter.

O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, disse que "a ciência foi demitida" pelo presidente Jair Bolsonaro. "Mas será substituída por ciência e assim sucessivamente. Não haverá um único médico sério disposto a comprar, sob o custo de sua própria biografia e carreira, discurso negacionista que menospreze a gravidade da pandemia ou aponte para o caminho do caos", escreveu.

A deputada governista Carla Zambelli (PSL-SP) comentou na postagem de Mandetta e disse ficar feliz "que esse rompimento tenha sido respeitoso", e complementou escrevendo que "o Brasil merece isso".

Vice-líder do governo na Câmara, Carlos Jordy (PSL-RJ) também respondeu à mensagem e criticou o ex-ministro. "Você começou bem, mas se deixou levar pelas influências partidárias, mídia e 'amizades' que possuem projeto de poder. Tinha tudo para sair gigante desse momento. Um ministro deve ter autonomia para trabalhar e tomar decisões, mas deve estar alinhado e ser leal ao presidente", disse o deputado.

Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e filho do presidente Jair Bolsonaro, comentou no Twitter apenas a indicação de Nelson Teich para a vaga de Mandetta. "Bom trabalho, ministro, estamos juntos nesta luta", escreveu.

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), outro filho do presidente, também preferiu direcionar a mensagem ao novo ministro. "Com o entendimento de que saúde e emprego não competem, vai trabalhar com transição gradual, responsável e amparada em dados científicos para que Brasil volte à normalidade assim que possível", disse no Twitter.