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Representante dos policiais se diz 'apreensivo' com troca no comando da PF

Maurício Valeixo foi exonerado do cargo  - Reprodução
Maurício Valeixo foi exonerado do cargo Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

24/04/2020 09h35

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio de Araújo Boudens, afirmou hoje que vê com "um alto grau de preocupação" a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Ele também se disse "apreensivo" sobre as razões da troca no comando da corporação.

"Nós recebemos com um alto grau de preocupação (a notícia), mais por conta do momento e pela forma como aconteceu essa saída do nosso diretor-geral", comentou Boudens em entrevista à Globo News na manhã de hoje.

A troca no comando da PF foi confirmada nesta madrugada, com a exoneração de Valeixo publicada no Diário Oficial da União. A decisão do presidente Jair Bolsonaro deixa o ministro da Justiça, Sergio Moro, em posição delicada para continuar na pasta, já que Valeixo foi uma indicação sua, assumindo o cargo no início do ano passado.

O representante dos policiais disse que os motivos da mudança são vistos com incerteza entre a categoria. "Estamos apreensivos com as razões dessa mudança", afirmou Boudens. "É claro que verificamos que foi a pedido do próprio diretor-geral, que se mostrou cansado dessa situação que se acumulou desde 2019. Nós vamos acompanhar hoje, nos próximos dias, o que isso vai significar para a gestão da Polícia Federal, para as nossas investigações, para o nosso trabalho em si."

Para o presidente da Fenapef, que reúne cerca de 14 mil policiais, o mais importante é que o substituto de Valeixo mantenha a autonomia da Polícia Federal, principalmente nas investigações que já estão em andamento.

"Creio que qualquer um desses candidatos vai ter que assumir essa mesma postura. Uma postura de autonomia, que já temos, que desfrutamos nas nossas investigações. Realmente, fica muito difícil pensar que qualquer um dos novos nomes que venha vai ser colocado para gerir ou interferir em algum tipo de investigação nossa", disse Boudens.