Advogado de Bolsonaro diz que interferência política na PF é 'mentira'
Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, classificou como "mentira" a acusação feita pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de que o presidente interferiu politicamente na Polícia Federal ao demitir o diretor-geral Maurício Valeixo. Moro pediu demissão na última sexta-feira.
"Com o máximo respeito que tenho ao doutor Sergio Moro, porém a afirmação feita em desfavor do presidente que queria ter ingerência na Polícia Federal é mentira, farsa. Isso não existe. Não podemos confundir um ato administrativo que é de prerrogativa do presidente e transformar isso em ingerência", afirmou Wassef em entrevista à CNN.
O advogado também negou que os filhos do presidente interfiram em suas decisões e escolham nomes para cargos no governo. "O presidente escolhe seus ministros sozinho, essa lenda urbana de que os filhos escolhem ministros isso não corresponde a verdade real (...) Não existe essa questão de filhos intrometidos no governo", afirmou.
Ele questionou a investigação do atentado à faca contra o então candidato Jair Bolsonaro e também falou sobre o caso Marielle. Na sexta-feira, Bolsonaro disse que, sob Moro, a PF se preocupou mais com quem matou a vereadora do que com quem tentou matá-lo.
"Não existe essa questão de que ele (Adélio Bispo, que foi preso pelo ataque) agiu sozinho, que ele é maluco, isso é piada de mau gosto. Uma profunda e séria investigação vai demonstrar que isso é conto de fadas (...) Fosse nos Estados Unidos um atentado contra um presidente, o FBI teria agido como agiu nossas forças públicas? Qual foi o empenho real? Quais foram as diligências? Na minha opinião houve uma inércia", declarou.
O advogado disse ainda que a PF ou qualquer outra polícia jamais investigou qualquer membro da família Bolsonaro, o que, segundo ele, desmonta a hipótese de que o presidente queria interferir na instituição para proteger alguém.
Questionado sobre provas que desmentem o ex-ministro, Wassef disse que como advogado teria que manter sigilo sobre o assunto. Sobre as mensagens apresentadas por Moro ao Jornal Nacional, ele disse que precisaria ter acesso à íntegra do material. "Só vimos algumas mensagens, não vimos o teor para entender o que aquela mensagem significa", explicou.
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