Maia foge de polêmica sobre posse suspensa de Ramagem: 'baseada em fatos'
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), preferiu não alimentar a polêmica criada hoje sobre a troca no comando da Polícia Federal. Após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes suspender a nomeação de Alexandre Ramagem, Maia disse que respeita a decisão.
"Decisão nós respeitamos. Acho não cabe a mim ficar discutindo decisão de ministro do STF. Certamente está baseada em fatos. O que devemos é apenas respeitá-lo", disse Maia.
Apesar da decisão de Moraes ter sido tomada em caráter liminar pela manhã, Ramagem não assumirá mais a PF de qualquer forma porque o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás e desistiu da nomeação para a PF. No início da tarde, uma edição extra do Diário Oficial da União confirmou o recuo.
Maia também comentou a declaração dada por Bolsonaro ainda ontem, quando respondeu a uma pergunta da imprensa sobre o fato de o Brasil ter ultrapassado a China em número de mortes causadas pelo coronavírus. "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse o presidente.
Para o presidente da Câmara, apesar de polêmica, a declaração não pode servir para crucificar Bolsonaro no trato com a pandemia da covid-19.
"Acho que cada um responde à crise de uma forma. Não vou esperar que o presidente por uma frase mal colocada ou outra está tratando de forma irrelevante a morte de brasileiros. Lógico que uma frase mal colocada acaba gerando polêmica, mas tenho certeza que nenhum governante vai tratar isso com desdém", disse Maia.
Bolsonaro de máscara
A partir de amanhã, o uso de máscaras será obrigatório no Distrito Federal. A medida já havia sido anunciada há cerca de uma semana pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Por isso, Maia aproveitou para falar com ironia sobre a postura de Bolsonaro de não usar a proteção nas últimas aparições em público.
"Todos em área pública serão obrigados a usar máscaras, então a coletiva de amanhã será com todos com máscaras, incluindo o presidente. Porque o presidente certamente vai respeitar a decisão do governador do Distrito Federal", afirmou Maia.
A exigência abrange todos os locais públicos, transporte coletivo e estabelecimentos comerciais, industriais e de serviço de Brasília e do Distrito Federal.
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