"Não é a CPMI das Fake News que cassará presidente", diz Angelo Coronel
O presidente da CPMI das Fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA), disse ao UOL Entrevista, na manhã de hoje, não acreditar que o resultado da comissão vá comprometer as eleições de 2018 e que o assunto é um "problema" do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em entrevista à jornalista e colunista do UOL Constança Rezende, o senador disse esperar que a CPMI possa deixar como legado a proteção do próximo pleito.
"Sou muito pragmático nisso. Acho que esse problema da eleição de 2018 é problema do TSE. O que quero que as próximas eleições sejam feitas com tranquilidade, sem uso de redes sociais para interferir no resultado das urnas", afirmou.
"Não é a CPMI que vai cassar o presidente", acrescentou.
Angelo Coronel explicou que os prazos da CPMI estão suspensos por causa da pandemia do novo coronavírus, o que impede encontros presenciais, mas não atrapalhou o trabalho da parte técnica, que deu continuidade aos trabalhos. O prazo da CPMI foi prorrogado por 180 dias.
Moro cometeu corrupção e prevaricação, diz senador
A CPI tem 165 requerimentos de convocação de pessoas, incluindo do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, e cerca de 60 de quebras de sigilo bancário e de comunicações.
Segundo Coronel, Moro disse que pediu uma pensão à sua família para assumir o cargo, mesmo não havendo previsão para isso. E o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nada disse a respeito disso. O ex-ministro teria cometido corrupção e prevaricação.
"A partir do momento que ele diz que o presidente pedia informações de inquéritos sigilosos, não fornecia, mas não denunciou o presidente, ele cometeu o crime de prevaricação", iniciou o senador.
"A partir do momento que ele manter uma pensão em caso de morte, corrupção passiva. A partir do momento que o presidente não negou, é corrupção ativa do presidente da República. Nesse depoimento houve vários crimes cometidos de menor e maior monte, que precisam ser esclarecidos, dele e do presidente."
Temor do governo aumenta interesse em investigar receio do Planalto
A CPI foi prorrogada apesar das pressões do governo. Eduardo Bolsonaro foi ao Supremo Tribunal Federal tentar barrar a continuidade das apurações.
Segundo Coronel, o deputado " fez um desserviço à nação" porque as investigações não se voltam apenas para o núcleo bolsonarista.
"Eu quero que a CPI, independentemente da linha política... nós estamos em quatro linhas de investigações. Se está incomodando a questão das eleições 2018 o clã bolsonarista, temos outras frentes que precisam ser protegidas. Uma mulher foi morta no Guarujá porque diziam que ela fazia magia negra. Era fake news. A partir do momento em que o Eduardo (Bolsonaro) entra na Justiça para suspender os trabalhos da CPI, é um desserviço à nação"
Segundo ele, esse "medo" instiga os parlamentares a investigarem mais. "Tudo isso está na fase de suposições, mas, a partir do momento que entra, quero ratificar: Tá tendo medo de alguma coisa. Não é essa necessidade de terminar a CPI. Não é para investigar pessoas, mas, para fatos que estão ocorrendo no Brasil, existem fakes contra vacinas, coronavírus, mas eles estão só deslumbrando o fake na questão presidente da República."
Telefones tinham chips do Uruguai, diz senador
Segundo Coronel, para disparar mensagens em massa de WhatsApp com desinformação e discursos de ódio, foram usados chips do Uruguai e da Flórida, nos EUA, para fazer disparos em massa. O UOL revelou em janeiro que os dados em poder da CPI mostravam chips também da Inglaterra e Vietnã, apesar de eles serem operados dentro do Brasil.
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