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Defesa de Moro pede ao STF divulgação completa de depoimento do ex-ministro

Ex-juiz Sergio Moro, que pediu demissão do cargo de ministro da Justiça - UESLEI MARCELINO
Ex-juiz Sergio Moro, que pediu demissão do cargo de ministro da Justiça Imagem: UESLEI MARCELINO

Do UOL, em São Paulo

04/05/2020 18h19

A defesa do ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) pediu hoje ao STF (Supremo Tribunal Federal) a divulgação completa do depoimento dado pelo ex-juiz da Lava Jato à Polícia Federal no último sábado (2) em Curitiba. A decisão cabe ao ministro Celso de Mello, relator do caso no Supremo.

A petição assinada pelo advogado Rodrigo Sánchez diz que "considerando que a imprensa, no exercício do seu legítimo e democrático papel de informar a sociedade, vem divulgando trechos isolados do depoimento prestado pelo Requerente em data de 02 de maio de 2020, esta Defesa, com intuito de evitar interpretações dissociadas de todo o contexto das declarações e garantindo o direito constitucional de informação integral dos fatos relevantes - todos eles de interesse público - objeto do presente Inquérito, não se opõe à publicidade dos atos praticados nestes autos, inclusive no tocante ao teor integral do depoimento prestado pelo Requerente".

Moro prestou depoimento no inquérito aberto pelo STF a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) que apura possíveis irregularidades cometidas pelo presidente Jair Bolsonaro na troca do comando da Polícia Federal.

Ao pedir demissão do cargo de ministro da Justiça, no mês passado, o ex-juiz acusou Bolsonaro de querer interferir na instituição com a exoneração de Maurício Valeixo como diretor-geral da PF.

Depoimento durou mais de oito horas

Moro chegou em um carro oficial da corporação, por volta das 13h15 de sábado (2), à sede da Superintendência da Polícia Federal na capital do Paraná. O depoimento começou por volta das 14h20 e só terminou às 22h40. O ex-ministro deixou o prédio da PF pelos fundos pouco antes da 0h30 do domingo (3), sem falar com a imprensa.

A oitiva foi conduzida pela delegada Christiane Correa Machado, chefe do Setor de Inquéritos Especiais do Supremo Tribunal Federal.

O secretário-geral da seccional paranaense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rodrigo Sánchez Rios, e mais três advogados de um escritório criminalista acompanharam o ex-ministro.

O depoimento foi também acompanhado pelo delegado federal Igor Romário de Paula, diretor de Investigação e Combate à Corrupção (Dicor/PF). O delegado chefiou a equipe de policiais federais que atuaram na Operação Lava Jato, cujos processos em primeira instância eram presididos por Moro, quando ele era juiz federal.

O depoimento ocorreu em uma sala ampla da sede curitibana da PF. Os participantes mantiveram uma distância de pelo menos 1,5 m uns dos outros. Todos os presentes usaram máscaras.