Amoêdo diz que 'faltou maturidade' a Ricardo Salles após expulsão do Novo

João Amoêdo, ex-presidente do Novo, se mostrou surpreso com o anúncio feito hoje da expulsão de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, dos quadros do partido.

Em entrevista à CNN Brasil, o ex-presidente do partido demonstrou desconfiança a respeito do motivo anunciado para a decisão. Salles afirma que foi expulso por ter aceitado assumir um ministério no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Para Amoêdo, é possível que este não seja o único motivo.

Relacionadas

MPF faz pedido para anular anistia de Ricardo Salles a desmatadores

Justiça dá 15 dias para Ricardo Salles explicar anistia a desmatadores

Marina: 'Moro combateu petrolão, mas não fez nada para enfrentar florestão'

"Acho muito pouco provável que o fato de o Ricardo Salles ter assumido uma posição no ministério tenha sido aquilo que levou a CEP (Comissão de Ética Partidária, órgão interno do partido) a recomendar a expulsão. Me parece muito pouco provável que seja por aí a decisão", disse o candidato à eleição presidencial de 2018.

Amoêdo deixou a presidência do Novo em março e não pertence mais ao comitê de ética, por isso alega desconhecer os motivos da decisão. A tendência é que Salles não recorra da decisão e procure outra sigla para se filiar.

À CNN, o ministro criticou o Novo, fundado em 2011 e registrado em 2015 para defender bandeiras do conservadorismo liberal. Para Salles, o partido seria de centro-esquerda, disfarçado de liberal.

"Não sei de onde ele tirou isso", rebateu Amoêdo. "Acho que o ministro falta com a verdade ao fazer essa afirmação. Entendo que ele tenha ficado irritado com essa expulsão, mas a gente tem sempre que buscar a verdade. Eu estranhei que ele tenha buscado politizar e polemizar a expulsão no momento em que a gente tem uma pandemia para tratar. As pessoas são livres, têm que ter liberdade, mas no meu entender, faltou um pouco de maturidade."