Mourão defende depoimento de ministros: 'Quem alinha discurso é bandido'
O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu hoje os ministros Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
Em sua conta oficial no Twitter, Mourão disse que os companheiros de governo não alinharam os discursos para depoimentos dados no inquérito que investiga suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal.
"Quem alinha discurso é bandido. Homens de honra, como Augusto Heleno, Braga Netto e Ramos, falam a verdade e cumprem a missão", postou.
Os ministros prestaram depoimento ontem. Os três foram citados pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro como testemunhas de ameaças feitas pelo presidente caso ele não concordasse com a troca da direção-geral da Polícia Federal. A suposta interferência teria acontecido em uma reunião ministerial. Os militares, que são próximos a Bolsonaro, disseram que o chefe do Executivo não tentou interferir na PF.
Pessoas que tiveram acesso à gravação da reunião, realizada em 22 de abril, afirmam que Bolsonaro associou a troca da chefia da PF no Rio de Janeiro a interesses da própria família. O vídeo do encontro foi exibido a investigadores e advogados em Brasília. O presidente afirma que em nenhum momento cita a Polícia Federal no vídeo.
A versão de Bolsonaro, de que não falou "Polícia Federal" na reunião, havia sido contraditada pelo ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que prestou depoimento ontem no âmbito da investigação decorrente do inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Na avaliação do presidente, o subordinado "se equivocou".
"O Ramos se equivocou. Mas como é reunião, eu tenho o vídeo. O Ramos, se ele falou isso, se equivocou", declarou Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã de hoje.
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