"Zambelli não estava autorizada a conversar em meu nome", diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) rebateu acusações e disse que a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) não estava autorizada a falar em seu nome.
Bolsonaro refere-se à conversa da deputada sobre negociar a permanência do então ministro Sérgio Moro no governo federal em troca de uma vaga de ministro no STF (Supremo Tribunal Federal).
Durante a transmissão ao vivo, por meio das redes sociais, Bolsonaro voltou a relembrar detalhes do diálogo entre Moro e Zambelli e disse que ela não estava autorizada a conversar em seu nome.
"No depoimento de Carla Zambelli ontem... É uma coisa que bota um ponto final nessa questão de interferência da PF [Polícia Federal]. Isso aconteceu na sexta-feira, no dia em que o senhor Sergio Moro pediu demissão. A partir das 9h da manhã, ela fica tentando contato com o senhor Sergio Moro. Ela escreve que o Valeixo pediu para sair. Ela não estava autorizada a conversar em meu nome, como ela disse. Como ele era padrinho de casamento dela, e o que eu entendi até aquele momento, o Sergio Moro era um ídolo para ela, ela tentou fazer com que o Sergio Moro ficasse no Ministério da Justiça", justificou Bolsonaro.
Em seu depoimento à Polícia Federal, realizado ontem, a parlamentar afirmou que "não chegou a ter qualquer conversa com o presidente Jair Bolsonaro no sentido de o ex-ministro Sérgio Moro aceitar a substituição da direção da Polícia Federal tendo como contrapartida a vaga no STF". Disse também que não falou sobre o assunto "com pessoas em nome do presidente Jair Bolsonaro".
Em abril, por meio de mensagens trocadas por telefone e divulgadas primeiro pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, e depois pela própria parlamentar, Zambelli aparece sugerindo a Moro que poderia trabalhar para uma indicação do então ministro ao STF caso ele aceitasse o delegado Alexandre Ramagem no comando da Polícia Federal. Moro respondeu que não estava "à venda".
Vídeo avassalador?
O presidente Bolsonaro também falou sobre o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril e, em tom de deboche, disse que para aqueles "que acreditaram que seria um xeque-mate, um vídeo avassalador, vão cair do cavalo".
A reunião de 22 de abril foi citada por Moro em depoimento, porque o ex-ministro disse que, nela, Bolsonaro teria ameaçado demiti-lo por causa da resistência à troca no comando da Polícia Federal. O vídeo foi entregue pelo Planalto após pedido do STF (Supremo Tribunal Federal).
"Quando veio à tona que o ex-ministro disse que eu estava interferindo na PF na frente de 20 ministros, eu poderia ter destruído o vídeo. Houve um pedido do ministro do STF, Celso de Mello, nós entregamos na íntegra. Da minha parte, eu autorizo a divulgar todos os 20 minutos, até para ver dentro de um contexto. O restante a gente vai brigar, a gente espera que haja sensibilidade do relator. É uma reunião nossa. A gente espera que ele acolha isso", afirma o mandatário.
"Tem palavrão no meio? Tem, mas é a minha maneira de ser. Quem não quiser ver palavrão, não assista. Entenda que é uma reunião reservada. Vão ver lá que não existem as palavras Polícia Federal, superintendência. Eu falo de segurança, a minha vida depois da tentativa de homicídio. Vocês vão ter conhecimento de tudo. E deixo bem claro que o próprio senhor Valeixo disse que a demissão foi a pedido, que não houve interferência minha na PF. E não houve mesmo", completou.
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