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Doria ataca Bolsonaro por atraso em socorro a estados: 'Deplorável'

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

15/05/2020 12h49

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), atacou hoje o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele chamou de "deplorável" o suposto atraso do líder do Executivo em sancionar o socorro aos estados e municípios como forma de retaliação aos governadores.

Doria citou uma reportagem do jornal "O Globo", que apontou ingrediente político na demora de Bolsonaro para socorrer os prefeitos e governadores. Ele ainda disse que o presidente não tem noção da responsabilidade do cargo que ocupa e ago como se governar o Brasil fosse igual a administrar sua família.

"Retaliar governadores que têm cumprido sua obrigação de atender a ciência e saúde para proteger vidas é um gesto deplorável. Espero que ele cumpra, se for capaz, sua promessa de menos Brasília e mais Brasil. E cumpra também a promessa de obedecer o pacto federativo. São Paulo está ao lado dos outros 26 estados brasileiros para defender os interesses da população e proteger a vida dos brasileiros", disse.

A menção a menos Brasília e mais Brasil se refere a um discurso de Bolsonaro de dar mais independência aos estados e municípios e descentralizar as decisões.

"Não estamos em um campeonato de jet ski"

Doria também disse que o Brasil não está em uma brincadeira, mas sim em uma grave crise de saúde. O governador de São Paulo ainda lembrou o passeio que o presidente fez de moto aquática durante a pandemia, praticou em um stand de tiros e prometeu fazer um churrasco, que depois foi cancelado porque seria realizado na mesma data em que o país contabilizou 10 mil mortes.

"Até o presente momento 14 mil brasileiros perderam suas vidas. Não estamos numa brincadeira, não estamos em um campeonato de jet ski, não estamos fazendo tiro ao alvo ou churrasco no jardim do Palácio do Alvorada. Estamos em uma grave crise de saúde, de vida e de economia", disse.

"Agressões gratuitas"

O governador de São Paulo ainda disse que Bolsonaro promove agressões gratuitas e citou o pedido de demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich.

"O Brasil acorda assustado com as crises diárias, com agressões gratuitas. Agressões às instituições, à Constituição, agressão ao Congresso Nacional, agressão ao Supremo Tribunal Federal, agressões à imprensa, agressões a ministros do seu próprio governo. Como o senhor fez e continua a fazer. Fez com Gustavo Bebianno, com Santos Cruz, com Luiz Henrique Mandetta e agora com Nelson Teich. Presidente Bolsonaro, governe. Administre o país com equilíbrio, com paz, com compreensão e grandeza. Pare com agressões, com conflitos, de colocar o país dentro de um caldeirão interminável de brigas e atritos. O país, para vencer a pandemia, precisa estar unido em em paz", afirmou.