'O sonho de Bolsonaro é o pesadelo do Brasil', diz Dino a governadores
Os governadores do Pará, Maranhão, Bahia e Espírito Santo — Helder Barbalho (MDB), Flavio Dino (PCdoB), Rui Costa (PT) e Renato Casagrande (PSB), respectivamente — se reuniam hoje em uma live para comentar os desafios dos estados no combate ao coronavírus.
Em comum eles têm críticas a forma que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está conduzindo a crise.
Dino alertou os colegas que além de negar ajuda aos estados e municípios, Bolsonaro tem sonhos autoritários. "Se Bolsonaro puder, ele fechará as instituições democráticas, ele intervirá nos estados, ele fechará o Congresso e o Supremo. Não creio que conseguirá, mas seria ingênuo, seria metafísico nós não considerarmos que é isso o que ele quer", afirmou o governador do Maranhão.
"Concretamente, esse é o sonho do Bolsonaro e o sonho dele é o pesadelo do Brasil. Se é o sonho dele, é o pesadelo de todos aqueles que acreditam na democracia", continuou.
No que diz respeito à pandemia, Renato Casagrande reclamou da falta de uma "coordenação nacional" partindo do governo federal para enfrentar o vírus.
"O país está à deriva nesse momento. uma ausência completa de coordenação que dificulta muito o nosso trabalho", disse. "Como se não bastasse isso, o presidente tem essa politica de enfrentamento. Eu nunca imaginei que ele fosse ter esse enfrentamento com a vida", lamentou Casagrande.
Já o paraense Helder Barbalho informou que o estado já entregou quatro hospitais de campanha e planejam entregar mais. "Nós temos aplicado nossas decisões baseados na ciência, no conhecimento, na medicina e no valor à vida", afirmou em uma crítica velada ao presidente Bolsonaro.
"Não devemos fortalecer a polêmica inadequada de que vida e economia são coisas antagônicas. De que para poupar a vida precisa acabar com a economia ou para salvar a economia se faz necessário sacrificar a vida", prosseguiu Barbalho, lamentando a polarização no meio de uma pandemia.
Rui Costa, por sua vez, destacou os embates internacionais que o governo Bolsonaro teve com países como China, França e Argentina e, mais recentemente, com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"A OMS sofre ataque sistemático do governo brasileiro. Questionando a qualificação de seus membros e suas orientações", afirmou. "Nos causa inveja que outras nações do mundo, seus líderes estão buscando unir o país para enfrentar uma crise global", completou Costa.
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