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Líder do governo nega 'tomada do centrão': 'Bolsonaro não dá espaço'

Do UOL, em São Paulo

18/05/2020 18h32Atualizada em 18/05/2020 19h10

O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, negou hoje que o chamado Centrão —bloco de partidos que não possuem orientação ideológica definida— tenha "dominado" o governo, defendendo que esses parlamentares, na verdade, sempre estiveram junto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Esses parlamentares votam com o governo há um ano. Eles nem sempre tiveram cargos e não estão tendo até agora. Esse desenho de centrão [tomando o governo] não existe, o presidente não dá espaço para isso. É uma luta", disse Gomes durante participação no UOL Debate.

Ele também minimizou as especulações sobre o relacionamento de Bolsonaro com o Centrão, argumentando que nenhuma nomeação do governo foi feita com base em indicação política. "Embora tenhamos tido mudanças [nos ministérios], nenhuma foi indicação política. Vivem de expectativa, especulação. Não houve distribuição de cargo para o Centrão", acrescentou.

O senador ainda defendeu a postura de Bolsonaro em relação à imprensa, dizendo que o presidente é criticado só por "ter mantido a autenticidade do tempo de vereador", e que esse é um de seus defeitos. O outro, segundo ele, seria o de fazer acordos com quem "nem sempre quer fazer política".

"A gente aprende que existem acordos feitos de forma errada, e existem acordos que podem progredir e caminhar. A única coisa que está acontecendo com o Centrão é que membros que têm a maioria ajudaram Bolsonaro em 2019 e 2020 e foram defendidos por mim. Eles vão continuar ajudando. Se não ajudar, tira do governo", justificou.

Joice: Bolsonaro é 'estelionatário eleitoral'

Já a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que também participou do debate, disse que Bolsonaro deu uma "fatia suculenta para a pior parte do Centrão" e está fazendo tudo o que prometeu não fazer durante a campanha de 2018, o que o torna, segundo ela, um "estelionatário eleitoral".

"[Bolsonaro] Está negociando com o PTB do Roberto Jefferson, com o PL, contra exatamente tudo o que o presidente de hoje defendia enquanto candidato", pontuou Joice. "O candidato que ajudei a eleger presidente se transformou em um estelionatário eleitoral", continuou.

Ela acrescentou que a "sucessão de lambanças" feitas por Bolsonaro podem levá-lo a um processo de impeachment, e é por isso que ele abriu as conversas com os partidos do Centrão. "Ele está fazendo essa negociação espúria, debaixo do nariz de todo mundo, para se salvar. Mas está tentando construir sua base da pior maneira que tem, de um jeito que falou que jamais faria", reiterou.