Marinho presta depoimento sobre vazamento de operação para Flávio Bolsonaro
O empresário Paulo Marinho depôs por mais de cinco horas na sede da Superintendência da PF (Polícia Federal) no Rio de Janeiro sobre as denúncias, feitas por ele em entrevista à Folha de S. Paulo, de que um delegado da PF teria vazado para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) a existência de uma investigação contra o ex-assessor Fabrício Queiroz.
Marinho foi ouvido pela Polícia Federal e pelo procurador da República Eduardo Benones, coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal. Tanto a PF quanto o MPF abriram procedimentos para investigar o vazamento. Ele chegou ao local às 13h40.
Segundo o relato de Marinho, um delegado procurou Flávio em outubro de 2018, entre o primeiro e o segundo turno da eleição, para avisar de que o nome de Queiroz havia aparecido no âmbito da Operação Furna da Onça - que investigou corrupção na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), da qual Flávio fazia parte na época. Ele disse ainda que ouviu de Flávio que a operação foi adiada, tendo sido deflagrada apenas em novembro, para não prejudicar a candidatura de Jair Bolsonaro (sem partido) à presidência.
Ao UOL, Marinho adiantou que apresentará comprovantes de reserva de uma sala de reunião e estadia no Hotel Emiliano, em São Paulo, no dia 14 de dezembro de 2018, onde afirma ter sido realizada a segunda reunião com os advogados de Flávio. Porém, a defesa afirma que o hotel não dispõe mais das imagens das câmeras de segurança, que comprovariam a presença dos citados no local.
Marinho disse ter providenciado assistência jurídica para Flávio e Queiroz, e relatou ter participado de reuniões com o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro e com seus representantes no Rio e em São Paulo.
Fabrício Queiroz é um dos funcionários e ex-funcionários da Alerj listados em um relatório do antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), atualmente chamado de UIF (Unidade de Inteligência Financeira), por movimentações consideradas atípicas.
Segundo o documento produzido em janeiro de 2018, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, tendo recebido depósitos de vários ex-assessores do gabinete de Flávio. O relatório aponta que esse tipo de movimentação, aliada ao grande volume de dinheiro vivo entrando e saindo da conta de Queiroz, eram um indício da prática de rachadinha.
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